Em meio à divisão interna, troca de acusações, denúncias de supostas irregularidades e disputa entre líderes tucanos, o PSDB vai eleger neste domingo (21) o seu candidato ao Palácio do Planalto nas eleições de 2022. Disputam as prévias presidenciais Arthur Virgílio, ex-prefeito de Manaus e ex-senador, e os governadores Eduardo Leite (Rio Grande do Sul) e João Doria (São Paulo). De acordo com fontes ouvidas pela reportagem, a disputa deve ficar entre Leite e Doria — enquanto a equipe do primeiro fala em uma vitória de 65% das intenções de voto, a do segundo, por sua vez, estima que este tenha 70% do eleitorado tucano.
Nas pesquisas eleitorais gerais, os pré-candidatos tucanos mostram desempenhos baixos: média de 5% das intenções de voto. Por enquanto, argumentam que essa performance é natural , mas reconhecem que, caso seja necessário, podem avaliar apoio a outro candidato na tentativa de furar a polarização entre Bolsonaro e Lula.
As prévias do PSDB foram marcadas por acusações entre os pré-candidatos, denúncias de fraude, suposto hackeamento, desfiliação de prefeitos e vices e ameaças de judicialização — os episódios acumulados mostram a dificuldade de união e a rivalidade entre líderes tucanos do país.
Durante o período, apoiadores de Leite apresentaram denúncia de que o grupo do governador paulista filiou 92 prefeitos e vices de forma irregular, com data retroativa, para inflar o colégio eleitoral e, assim, conquistar mais votos. As filiações teriam ocorrido após a data limite (31 de maio), de acordo com a acusação, considerada grave, feita pelos diretórios de Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Bahia e Ceará.
O objeto foi analisado pela presidência nacional do partido, que determinou a desfiliação dos 92 membros, o que representou derrota para o governador paulista. A equipe de Doria nega irregularidades e também solicitou investigação contra a filiação de membros dos diretórios do RS, BA e MG — aliados de Leite.
Ao todo, 44.700 tucanos se cadastraram para votar no aplicativo “Prévias PSDB”, criado pelo partido e alvo de denúncias. Pelo formato tucano, formam 25% do eleitorado os 565 prefeitos e 445 vices. Os 4.297 vereadores e 272 deputados estaduais, outros 25%. Três governadores, cinco vices, sete senadores, 32 deputados federais e o presidente nacional, representam também 25%. Os filiados, o restante (25%).
Vence o candidato que alcançar a maioria absoluta dos votos (resultado do grupo 1 + resultado do grupo 2 + resultado do grupo 3 + resultado do grupo 4). Caso nenhum candidato obtenha mais de 50% dos votos nas prévias deste domingo, haverá segundo turno no dia 28.