A atual Miss Brasil, Julia Gama, foi desconvidada da cerimônia para eleger a nova representante da beleza brasileira e não fará a tradicional passagem de coroa para campeã de 2021.
Em entrevista ao site Hugo Gloss, a modelo revelou que foi pega de surpresa com a notícia e suspeita que seu posicionamento contrário ao atual governo tenha sido o motivo para o cancelamento de sua participação.
“Eles enviaram um e-mail bem simples e secos dizendo: ‘Prezada Julia Gama, informamos que a sua presença no Miss Universo Brasil não será necessária’. E pronto, foi só isso. Escrevi inúmeras vezes perguntando a razão, o que eles queriam falar pro público, qual era o posicionamento. Eles não quiseram”, disse.
Julia contou ao site que nunca falou sobre política enquanto tinha contrato vigente com o concurso. Seu primeiro posicionamento público contra Jair Bolsonaro (sem partido), foi feito em setembro, quando falou sobre a situação em uma das manifestações.
“Enquanto eu tinha o contrato com eles de Miss Brasil, que foi até o dia 31 de maio, eu nunca me posicionei politicamente, embora a organização não fosse neutra e seus presidentes, donos e diretores se pronunciassem constantemente a favor do Bolsonaro”.
A retirada do convite veio dias após a postagem feita por Julia nas redes sociais.
“Eu não queria mais ver os meus seguidores ‘decepcionados’ comigo por acharem que eu era bolsonarista. Eu aguentei muito tempo esse rótulo sem ser verdade, mas não é. Então, eu resolvi me posicionar. Fiz um vídeo contra o Bolsonaro, contra as atitudes do governo, coisas que eu não concordo. Coincidentemente ou não veio o “desconvite” no final de outubro”.
Além de ser contra o governo, a Miss chegou a denunciar situações machistas na competição e a falta de espaço para as modelos falarem.
Após a repercussão da matéria, o Miss Universo Brasil explicou por meio de nota enviada ao site Hugo Gloss que Julia Gama havia sido dispensada por ter descumprido cláusulas do contrato com a organizadora.
Foto: Reprodução / Divulgação / Marcelo Faustini
