Relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente prevê que a poluição por plásticos no planeta deve duplicar até 2030, causando graves consequências para saúde, economia, biodiversidade e clima.
O levantamento, divulgado às vésperas da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas ( COP-26), mostra também que, em 2015, as emissões de gases do efeito estufa causadas por plásticos eram equivalentes a 1,7 gigatoneladas de gás carbônico. O estudo projeta que essas emissões devem subir para 6 gigatoneladas e meia de CO2, até 2050.
Os plásticos descartáveis, como sacolas, embalagens e copos de café, usam combustíveis fósseis como matéria-prima. A professora de engenharia ambiental da Universidade Católica de Brasília Tatyane Rodrigues, explica que os diferentes tipos de plásticos podem ter origem no petróleo, no carvão mineral e até mesmo no gás natural. Segundo a especialista, para entender o impacto da poluição plástica é preciso conhecer o ciclo de vida desses produtos.
A professora Tatyane Rodrigues ressalta ainda como os microplásticos descartados em mares e oceanos afetam a vida marinha:
De acordo com o estudo das ONU, o problema global do plástico decorre, em parte, da falta de esforços para o manejo e reciclagem do lixo e da alta produção e consumo do material.
No Brasil, os catadores são responsáveis por cerca de 90% do trabalho empregado na cadeia produtiva da reciclagem, segundo o Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis. O representante da organização, Alex Cardoso, traz dados do último anuário de reciclagem do trabalho realizado por cooperativas e associações.
A Política Nacional de Resíduos Sólidos do Brasil institui a coleta seletiva, os sistemas de logística reversa, que viabiliza a restituição dos resíduos sólidos para o reaproveitamento do setor empresarial, e outras ferramentas de responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida de produtos como o plástico.
Edição: Rádio Nacional/Fabíola Sinimbú