O polemico desfile, agitou Brasília no dia de hoje. Com treinamento de militares previsto para a próxima semana, o Presidente Jair Bolsonaro recebeu, nesta terça-feira, um convite para o evento, durante desfile de carros blindados e armamentos da Marinha do Brasil, na Esplanada dos Ministérios.
Do alto da rampa do Palácio do Planalto, acompanhado de ministros, o presidente Bolsonaro acompanhou o desfile de carros que irão para a cidade de Formosa, em Goiás, a cerca de 80 km da capital federal. O treinamento de militares será no Centro de Instrução de Formosa, evento para o qual o presidente Bolsonaro foi convidado a comparecer, na próxima segunda-feira, dia 16.
O treinamento costuma ocorrer desde a década de 1980, e é a chamada Operação Formosa. Segundo a Marinha, o exercício vai contar com mais de 2 mil militares das três forças. Desde o começo, o Presidente da República é convidado, mas o ato sempre ocorreu, formalmente, no gabinete presidencial. Esta foi a primeira vez em que o desfile aconteceu na Esplanada dos Ministérios, região onde se concentram os três poderes da República.
O ato ocorreu nesta terça-feira, mesmo dia previsto para a votação da PEC, Proposta de Emenda à Constituição, do voto impresso no Brasil. Devido à coincidência da data, parlamentares reagiram ao ato da Marinha e interpretaram como intimidação pela aprovação do voto impresso, pauta defendida pelos apoiadores do governo federal. Ao abrir a sessão da CPI da Pandemia, no Senado, o presidente da comissão, Senador Omar Aziz, classificou o desfile como um “ataque à democracia”.
No entanto, a Marinha informou, em nota, que a exposição dos tanques e veículos na esplanada foi planejada antes mesmo do agendamento da votação na Câmara, e negou qualquer relação com a agenda parlamentar. Devido ao episódio, o presidente da Câmara, Arthur Lira, se prontificou a remarcar a data da votação ao se posicionar contra a exibição desta terça-feira. Na véspera do evento, partidos políticos chegaram a pedir na justiça o impedimento do desfile militar na esplanada, mas foi negado.
Edição: Leila Santos / GT Passos