A qualificação do ensino público passa pela melhoria das estruturas das escolas na Bahia. Para garantir o acesso a colégios de ensino integral com capacidade para atender ao novo modelo pedagógico da rede estadual, o Governo do Estado apresentou nesta, segunda-feira (26), o projeto Construir para Educar, que vai aportar R$ 1,2 bilhão para a construção, ampliação e modernização dos 79 colégios estaduais na Bahia. A cerimônia aconteceu no Centro Estadual de Educação Profissional Formação e Eventos Isaias Alves (Iceia), no Barbalho, em Salvador, que será um dos contemplados pelo investimento.
Na ocasião, o governador Jerônimo Rodrigues enfatizou que o projeto não só revitaliza as estruturas escolares e melhora as condições de ensino e aprendizagem, mas, também, aproxima a comunidade da escola. “Às vezes, a gente entrega uma escola, que tem um teatro como esse, em uma cidade que nunca teve um teatro, e o equipamento amplia o olhar da comunidade. A escola protege a comunidade e, ao mesmo tempo, a comunidade protege a escola, porque aqui estão, sem dúvida nenhuma, os tesouros da gente. Não é para o futuro, é para o agora, é para o presente”, reforçou, acrescentando: “essas escolas vão chegar aos quilombos, às aldeias indígenas, aos distritos, na zona rural”.
A Bahia tem registrado avanços pelo terceiro ciclo consecutivo no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), chegando, em 2023, a nota de 3,7 para o ensino médio estadual. Em 2021, o indicador também apresentou uma crescente de 3,5 em comparação a 2019, que teve 3,2 no índice nacional, segundo dados divulgados, esse mês, pelo Ministério da Educação (MEC).
Secretária da Educação, Rowenna Brito atribuiu o resultado à implementação do ensino integral e às obras de infraestrutura que, desde 2019, somaram 84 escolas novas construídas — 56 delas construídas em 2023 e 2024. Outras 39 foram ampliadas, 57 modernizadas e 1.581 reformadas desde 2019.
“Isso qualifica a sala de aula e a gente já colhe frutos agora, com o crescimento da Bahia em três ciclos consecutivos nos indicadores de aprendizagem, indicador da educação básica. É importante a gente falar isso, porque esse projeto arquitetônico, de infraestrutura, tem diálogo direto com a permanência dos estudantes na escola, tem diálogo direto com a garantia da segurança, da proteção e do cuidado dos nossos estudantes aqui, na Bahia”, disse a titular da pasta.
Na primeira etapa do projeto, fruto da parceira entre a Secretaria da Educação do Estado da Bahia (SEC) e a Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder), serão construídas 26 novas escolas, 34 serão modernizadas, dez reformadas e oito ampliadas. De acordo com a SEC, mais de 55 mil estudantes, de 44 municípios, serão beneficiados pela política pública. Entre as cidades que vão receber as obras estão: Alagoinhas, Amargosa, Aporá, Arataca, Belmonte e Bom Jesus da Serra.
Estudante da rede estadual, Maíra Almeida vê nas escolas de tempo integral uma formação que ultrapassa o ensino escolar, possibilitando o desenvolvimento dos jovens para a vida. “A arte, a cultura e o esporte formam o indivíduo, formam nosso caráter. É muito bom saber que a educação pública, gratuita e de qualidade, está podendo beneficiar todas as pessoas”, dividiu.
Durante o anúncio, além da autorização para início das obras, o governador Jerônimo Rodrigues, acompanhado da secretária Rowenna Brito e de outros secretários de Estado, também assinou documento que autoriza a abertura de licitação para a obra que vai modernizar o Colégio Iceia e requalificar o teatro da instituição. O equipamento terá capacidade para mil pessoas.
As intervenções vão incluir a implantação de um campo de futebol society no colégio, uma usina solar fotovoltaica, academia ao ar livre, piscina, 36 salas de aula e 11 laboratórios. A obra vai contar com R$ 37,3 milhões do governo estadual, através da SEC. Mais de 1.429 estudantes vão usufruir da nova estrutura.
Repórter: Milena Fahel/GOVBA