Foto: Anderson Ramos /
Em entrevista à imprensa nesta sexta-feira (1º), durante a assinatura da ordem de serviço para a reforma do Teatro Castro Alves (TCA), o governador Jerônimo Rodrigues falou sobre o surgimento de uma nova empresa interessada no terreno da antiga fábrica da Ford, em Camaçari, que será ocupado pela montadora chinesa de carros elétricos BYD.
Conforme noticiado pela Folha de S. Paulo, nesta quarta-feira (28), o empresário Flávio Figueiredo Assis, dono da nacional Lecar, apresentou uma proposta ao Governo da Bahia e entrou na disputa pelo complexo industrial da Ford. O empresário teria feito uma visita à antiga fábrica para compra de robôs e esteiras que estão desativadas, e estaria interessado em produzir carros elétricos mais baratos do que os da BYD.
O governador Jerônimo Rodrigues minimizou o fato e afirmou que “não existe nenhuma possibilidade da BYD não se instalar aqui na Bahia”. Ele também admitiu ter sabido da manifestação de interesse da Lecar esta semana. “Se o empresário tiver a intenção, ele vai procurar a gente e a gente vai dar um jeito dele investir aqui. Nós não vamos criar empecilhos para nenhum empresário investir na Bahia”, afirmou.
Jerônimo revelou que, após uma análise, foi constatado que os equipamentos da Ford aumentam muito o custo da produção dos automóveis elétricos, inclusive alguns deles não estão adaptados à produção de carros elétricos. “Quanto tempo tem que a Ford saiu da Bahia? E porque só agora [ele está se manifestando]?”, questionou Jerônimo, reafirmando não ter a pretensão de desprezar a proposta da Lecar, caso o empresário tenha perspectiva de investimento. Ele também adiantou que o Governo do Estado foi acionado pelo empresário, através da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE), e que o documento entregue já está sendo analisado pela pasta.
Na entrevista, o governador também negou a acusação do empresário Flávio Figueiredo Assis sobre um suposto favorecimento à BYD. “Nós até demoramos. Por quê? Por que a BYD estava exigente. Nós também estamos. É um negócio, a gente não vai favorecer ninguém. O que nós queremos são sete mil, dez mil empregos, que a gente possa reanimar o funcionamento do porto, que a gente possa reanimar e aquecer o polo petroquímico, é disso que se trata. Se ele quiser vir, as portas estão abertas, basta que ele bote o capital e faça o investimento enquanto investidor privado”, finalizou.