Com o alerta de especialistas e com os aumentos sucessivos na tarifa de energia devido à crise hídrica, o presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira, 30, que aguarda uma intervenção divina para que seja enviada uma “chuva” para encher os reservatórios.
Segundo o presidente, esta é a maior crise hídrica desde 1991, e apesar de pedir publicamente para que as pessoas tomassem banho frio, admitiu que o governo não conta com o “racionamento” para minimizar a situação.
“Pedimos a Deus que mande uma chuva para gente, porque a crise hídrica é a maior dos últimos 91 anos. Não acreditamos em racionamento, mas sempre pedimos à população que dá para apagar um ponto de luz aí na sua casa”, disse Bolsonaro, que alegou que a adoção da bandeira acima da vermelha foi para “pagar a conta” com o prejuízo causado pela escassez de água.
Em entrevista à CNN Brasil, Bolsonaro reconheceu os problemas da Represa de Furna, que hoje é responsável por 17% de toda e energia elétrica do Brasil, mas opera somente com 14% do seu volume útil atualmente.
O presidente justifica que a usina não “tem como atender as pessoas que estão naquela região, pois o curso da água tem que continuar”, e que o cenário no Brasil poderia ter sido ainda pior, caso o governo não se antecipasse.
“O governo trabalha desde 2019, antes da crise, diminuindo o valor das placas solares como solução. Estamos fazendo muito, desde antes da pandemia, e graças a isso — a visão de antecipar problemas — o Brasil não está em uma situação mais complicada do que vive no momento”, assegurou.