O Banco Central subiu de 5,8 para 8,5% a estimativa de inflação para o ano de 2021, com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA.
O diretor de Política Econômica do Banco Central, Fabio Kanczuk, afirma que a justificativa para o aumento, entre outros fatores, são a crise energética e o aumento dos preços das commodities como alimentos e petróleo. Segundo ele, esse cenário deve persistir no curto prazo.
O centro da meta de inflação deste ano é 3,75%. Pelo sistema, entre 2,25 até 5,25 é considerado dentro da meta.
O Banco Central informou que a probabilidade de a inflação de 2021 ficar acima do teto, de 5,25%, está em 100%. Com isso, o presidente da instituição, Roberto Campos Neto, vai precisar divulgar uma carta aberta ao ministro da Economia, Paulo Guedes, explicando o motivo de não cumprir a meta deste ano.
É o Conselho Monetário Nacional quem determina esse percentual. Para alcançá-lo, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia. Em março, a taxa era de 2,75%. Em agosto, o banco elevou essa taxa para 6,25% ao ano. O presidente, Roberto Campos Neto, antecipou que mais aumento de juros deve ser anunciado na próxima reunião do Comitê de Política Monetária, o Copom. Segundo ele, a ideia é assegurar a meta de inflação no país.
O economista e professor da Universidade de Brasília, Evilasio Salvador explica como o aumento do IPCA e dos juros reflete na economia e na vida do brasileiro. Segundo ele, ao subir os juros sobem também o custo dos financiamentos e dos juros para pessoas físicas e que o cenário beira o início de uma recessão econômica.
Toda essa cadeia já chegou na ponta, ou seja, no bolso do consumidor. A aposentada Maria Isabel Oliveira mora em Guimarânia, interior de Minas Gerais, e conta que tem sentido o impacto do aumento dos preços na hora de fazer as compras de mercado. Para Maria Isabel não está sendo possível mais fazer compras básicas no mercado com R$ 100.
Nesta quinta-feira (30) foi divulgada a expectativa do PIB, que é a soma das riquezas produzidas pelo país. O Banco Central estimou um tímido aumento da economia neste ano: de 4,6% para 4,7%.
Edição: Nádia Faggiani / Guilherme Strozi