Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado /
Na esteira do escândalo das joias dadas por autoridades sauditas ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mais um chefe ligado à gestão atual resolveu devolver um presente recebido do país.
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, indicado pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), devolveu no mês passado uma estatueta no formato de um antílope dada pelo ministro de Investimentos do Reino da Arábia Saudita, Khalid A. Al-Falih
A Petrobras não soube informar o valor estimado, o material da estatueta e o motivo da devolução.
Segundo documento que mostra a relação de presentes recebidos por integrantes da estatal, Prates ganhou a estatueta no dia 3 de agosto, e a devolveu via Itamaraty em carta emitida no dia 18 de agosto e protocolada em 23 de agosto.
O envio da peça aconteceu próximo à visita de uma comitiva saudita ao Brasil, no final de julho. Com mais de 70 integrantes representando as principais empresas públicas e privadas do país, essa foi a maior delegação da Arábia Saudita que o Brasil já recebeu.
Na ocasião, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), também devolveram presentes enviados pelo mesmo ministro saudita, Khalid A. Al-Falih.
Alckmin recebeu uma estátua no formato de um camelo e Haddad foi presenteado com uma escultura dourada no formato de onça. Inicialmente, a informação divulgada era de que a estátua recebida pelo ministro da Fazenda era de ouro. Mas a pasta não conseguiu se certificar do material.
A onça dourada seria levada a Brasília e incorporada ao patrimônio da União, mas a Receita Federal orientou a devolução.
“Como protocolo, a oferta de presentes a autoridades públicas deve ser feita com aviso prévio ao cerimonial do órgão público agraciado”, explicou a Fazenda. “Por esse motivo, o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, orientou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a devolver a estátua de uma onça, recebida do governo da Arábia Saudita, à embaixada do país em Brasília, o que será prontamente atendido”, afirmou a pasta em nota.