Lula viaja nesta segunda ao Paraguai; retorno ao Brasil pode ter avanço em reforma ministerial

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Petista participa da posse do novo presidente paraguaio, Santiago Peña, na terça (15). De volta a Brasília, lideranças partidárias esperam que Lula retome conversas para, em troca dos comandos em ministérios, ampliar base de votos no Congresso. O presidente Lula e o presidente eleito do Paraguai, Santiago Peña, em encontro, no Palácio do Planalto, em maio.
Ricardo Stuckert/Presidência da República
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) embarca na tarde desta segunda-feira (14) para Assunção, no Paraguai. O petista participará, na terça (15), da cerimônia de posse do novo presidente paraguaio, Santiago Peña.
Membro do partido que domina a política paraguaia desde os anos 50, Peña foi eleito em abril ao principal posto de poder do país. O economista foi ministro da Fazenda durante o governo de Horácio Cartes (2013 a 2018).
Segundo o Planalto, a ida de Lula faz parte dos esforços para a “retomada da política externa” do governo brasileiro, com destaque aos países parceiros da América do Sul.
Em abril, ao parabenizar Peña pela vitória na disputa presidencial paraguaia, Lula disse que os países vão “trabalhar juntos por relações cada vez melhores e mais fortes”.
Brasil e Paraguai têm longo histórico nas relações diplomática, estratégica e comercial. Dados do Banco Central paraguaio apontam que o Brasil é o principal destino das exportações do país e o segundo no ranking de importações.
Lula e Penã já se reuniram em outras duas oportunidades neste ano para discutir a cooperação entre as nações.
O Ministério das Relações Exteriores brasileiro listou como pontos das conversas o combate a crimes transnacionais, as relações com o Mercosul e a parceria dos países na gestão da usina hidrelétrica de Itaipu.
Reforma ministerial
No retorno ao Brasil, lideranças partidárias do Congresso esperam que Lula retome as negociações para acomodar novos partidos nos comandos de ministérios. O esforço é uma tentativa de o Planalto ampliar a base de apoio governista no Parlamento, em especial na Câmara dos Deputados.
No início deste mês, o petista indicou que deveria acelerar as tratativas após a sua participação na Cúpula da Amazônia, encerrada no último dia 9. O avanço, no entanto, não ocorreu.
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Embora sinalizações oficiais não tenham ocorrido, as especulações seguiram nos últimos dias.

Em troca de votos, lideranças de partidos do chamado Centrão — bloco informal na Câmara que reúne legendas de centro e centro-direita — têm pressionado por nomeações em estatais, bancos públicos e ministérios.
No último dia 4, o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais), responsável pela articulação política do Planalto, afirmou que ao menos dois nomes já foram dados como certos por Lula na dança das cadeiras na Esplanada dos Ministérios:
deputado André Fufuca (MA), líder do PP na Câmara;
e o deputado Silvio Costa Filho (Republicanos-PE).
Padilha não indicou quais pastas os parlamentares vão assumir.
No entanto, o PP, de Fufuca, tem mirado o comando do Ministério do Desenvolvimento Social e da Caixa Econômica Federal.
Por sua vez, o Republicanos, de Costa Filho, tem sinalizado o desejo de comandar a pasta do Esporte.
Lula já afirmou publicamente que não tem interesse em fazer mudanças no Desenvolvimento Social, responsável pela gestão do Bolsa Família e programas sociais do governo.
Parlamentares têm sugerido, ainda, as possibilidades de desmembrar ministérios, como o de Portos e Aeroportos, e criar novas pastas.
Atualmente, esses ministérios são comandados por aliados próximos a Lula:
Desenvolvimento Social: Wellington Dias, ex-governador do Piauí, eleito senador pelo PT em 2022 e membro do comando da campanha de Lula ao Planalto
Esporte: Ana Moser, ex-atleta e indicada para o comando da pasta na cota pessoal de Lula
Portos e Aeroportos: Márcio França, quadro do PSB derrotado na disputa ao Senado em São Paulo

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