Créditos: Joilson Marconne / CBF/
Em 109 anos de história, jamais a Seleção Brasileira entrou em campo com uniforme todo preto. Isso será visto hoje pela TV e por quem acompanhar a partida contra Guiné, no Estádio Cornellà-El Prat, na cidade de Barcelona, a partir das 16h30 (horário de Brasília). A medida faz parte de uma campanha mundial antirracista, protagonizada pela CBF e endossada pela Fifa.
“Estamos muito felizes pela repercussão de nossas ações que receberam o apoio incondicional da Fifa. O futebol, a sociedade como um todo, não comporta mais o racismo. Escolhemos a Espanha para esse amistoso por uma questão emblemática. Tenho certeza que o jogo contra a seleção de Guiné será um marco na história do futebol mundial”, disse o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues.
“É muito significativo o Brasil jogar de preto pela primeira vez. Só tomei essa decisão por que o caso requer atitudes extremas. Eu quero cada vez mais a CBF e as seleções conectadas com os assuntos pertinentes ao mundo atual”, prosseguiu.
O amistoso recebeu mais do que o aval da Fifa. Durante a semana, o presidente da entidade máxima do futebol mundial, Gianni Infantino, esteve no hotel que hospeda a delegação brasileira em Barcelona para transmitir seu apoio à causa, anunciando medidas de enfrentamento ao racismo, como a da obrigatoriedade de paralisação das partidas em qualquer lugar do planeta caso haja algum episódio nos estádios e até mesmo a perda de pontos.
Na oportunidade, Infantino se reuniu a sós com o presidente das CBF, Ednaldo Rodrigues. Depois, os dois receberam Vinicius Jr para um novo encontro a portas fechadas.
Ao longo do Campeonato Espanhol de 2022/2023, Vini Jr foi alvo de manifestações racistas diversas vezes. Recentemente, em Valência, quando o Real Madrid enfrentava o Valencia, parte expressiva dos torcedores no estádio ofendeu o atleta. Esse incidente culminou com uma onda de solidariedade ao jogador e a todos aqueles que passam ou passaram pela mesma situação.
No amistoso deste sábado, a Seleção Brasileira trocará de uniforme no intervalo. Vai usar no segundo tempo a tradicional camisa amarela, mas ela também trará uma menção à campanha “com o racismo não tem jogo” lançada pela CBF.
Confira outras ações previstas para a partida contra a seleção de Guiné:
– Toda adesivação do estádio e protocolo de jogo em preto e branco;
– Músicas de artistas pretos, desde a abertura dos portões, no som do estádio;
– Vídeo no telão de combate ao racismo antes de os jogadores entrarem em campo;
– 1 minuto de silêncio contra o racismo;
– Regressiva de 10 segundos para o apito inicial mostrando mãos de atores pretos;
– Jogadores sentarão no gramado no apito inicial.