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Tina Turner, a dinâmica cantora de rock e soul que surgiu de origens humildes e superou um casamento notoriamente abusivo para se tornar uma das artistas femininas mais populares de todos os tempos, morreu aos 83 anos. Ela morreu “pacificamente após uma longa doença” em sua casa em Küsnacht, perto de Zurique, na Suíça, disse um representante de Tina à Reuters, nesta quarta-feira (24). “É com grande tristeza que anunciamos o falecimento de Tina Turner. Com sua música e sua paixão sem limites pela vida, ela encantou milhões de fãs ao redor do mundo e inspirou as estrelas do amanhã”, escreveu comunicado publicado nas redes sociais oficiais de Tina.
“Hoje nos despedimos de uma querida amiga que nos deixa sua maior obra: sua música. Toda a nossa sincera compaixão vai para a família dela. Tina, sentiremos muito sua falta”, completou a nota.
A rainha de cabelo espetado e salto alto
Turner, frequentemente chamada de a “rainha do Rock ‘n’ Roll”, foi uma das maiores cantoras de todos os tempos, conhecida por sucessos como “What’s Love Got to Do with It” e “(Simply) The Best”.
“Hoje nos despedimos de uma querida amiga que nos deixa sua maior obra: sua música. Toda a nossa sincera compaixão vai para a família dela. Tina, sentiremos muito sua falta”, completou a nota.
“Ele sabia que eu tinha o potencial de uma estrela”
Ela nasceu Anna Mae Bullock em 1939, filha de meeiros pobres perto de Nutbush, Tennessee, uma comunidade rural ao norte de Memphis que mais tarde ela tornou famosa em sua canção autobiográfica, “Nutbush City Limits”. Ela passou seus primeiros anos morando com a avó depois que os pais se separaram.
Enquanto sua resiliência fez dela uma heroína para mulheres vítimas de agressão em todos os lugares. Quando ela cantava sobre dor e mágoa com sua voz rouca e estridente, cada palavra soava verdadeira.
“Por muito tempo me senti presa, sem saída para a situação insalubre em que me encontrava”, disse ela à Harvard Business Review em 2021.
“Mas depois tive uma série de encontros com diferentes pessoas que me encorajaram… E uma vez que pude me ver claramente, comecei a mudar, abrindo caminho para a confiança e a coragem. Demorou alguns anos, mas finalmente consegui defender minha vida e começar de novo.”
Tina cantava a maioria de suas canções com a ajuda de cantoras de apoio, enquanto seu marido permanecia ao fundo, geralmente na guitarra.
Sua parceria musical rendeu uma série de sucessos de R&B, incluindo “A Fool In Love”, “Nutbush City Limits” e “Proud Mary”, seu cover de 1971 de uma música do Creedence Clearwater Revival, que alcançou o quarto lugar nas paradas pop e ganhou eles um Grammy.
Mas fora do palco o casamento deles continuou tumultuado, alimentado em parte pelo vício em cocaína de Ike Turner.
“Outra noite, brigamos no camarim e, quando subi no palco, meu rosto estava inchado”, disse ela a Winfrey.
“Acho que meu nariz quebrou porque o sangue jorrou na minha boca quando eu cantei. Antes, eu conseguia me esconder sob a maquiagem. Mas você não pode esconder o inchaço”, disse.
Ela ficou com Ike Turner por mais de uma década, apavorada com seu temperamento e determinada a não abandoná-lo como os outros fizeram.