Safra baiana de grãos foi a maior em 46 anos e gerou R$ 17,7 bilhões

Com uma safra de 10,6 milhões de toneladas em 2020, a maior em 46 anos, foram justamente os grãos que puxaram o crescimento do valor da produção agrícola na Bahia, liderados pela soja. As informações são da Pesquisa Agrícola Municipal (PAM) do IBGE, divulgadas nesta quarta-feira (22).

A série histórica da PAM começou em 1974.  Os cereais, leguminosas e oleaginosas, grupo de 15 produtos comumente chamados de grãos, são commodities responsáveis por pouco mais de R$ 6 em cada R$ 10 gerados pela agricultura brasileira (62,8% do valor total nacional, ou R$ 295,7 bilhões) e baiana (64,4% do valor total estadual ou R$ 17,7 bilhões).

No ano passado, o valor da produção baiana de grãos chegou a R$ 17,7 bilhões, 56,5% maior que o de 2019 (R$ 11,3 bilhões) e o mais alto desde o início do Real, em 1994. O estado manteve a 7a maior participação no valor gerado pelos grãos no país, com 6,0% do total, que foi de R$ 295,688 bilhões. A fatia da Bahia no valor nacional dos grãos cresceu frente a 2019, quando era 5,3% do total.

A soja foi o produto agrícola com maior aumento absoluto do valor gerado, na Bahia: de R$ 5,9 bilhões em 2019 para R$ 10,3 bilhões em 2020, um recorde desde a entrada em vigor do Real (mais R$ 4,4 bilhões ou +73,7% em um ano).

A quantidade de soja produzida no estado também cresceu entre 2019 e 2020, passando de 5,3 milhões de toneladas para 6,1 milhões, o que representou um aumento de 14,0% ou mais 748.316 toneladas em um ano. Em 2020, a safra baiana de soja foi a segunda maior em 46 anos (desde 1974), abaixo apenas do recorde verificado em 2018 (6,3 milhões de toneladas).

Segundo o IBGE, o crescimento do valor gerado pela soja, muito além da sua produção em volume, se deu por conta do cenário cambial favorável, que teve como consequência o aumento dos preços dessa commodity e uma maior rentabilidade ao produtor, o que, por sua vez, levou a um maior investimento e à expansão das áreas de cultivo.

A soja tem a maior safra em toneladas e o maior valor da agricultura baiana. Respondia, em 2020, por R$ 4 de cada R$ 10 gerados pela produção agrícola no estado (37,4% do total). A Bahia é o 7o produtor nacional da oleaginosa, com 5,0% das 121,8 milhões de toneladas colhidas em todo o Brasil, em 2020.

Algodão – O algodão herbáceo tem o segundo maior valor de produção no estado, gerando, em 2020, R$ 4,4 bilhões (16,0% do valor total da agricultura baiana). Foi também um valor recorde desde o início do Real, com um crescimento de 16,3% frente a 2019 (+R$ 615 milhões). E isso apesar de o volume de produção ter caído um pouco. No ano passado, a Bahia colheu 1,462 milhão de toneladas de algodão, 30,7 mil toneladas a menos do que em 2019 (-2,0%).

Ainda assim, o estado se mantém como o 2o maior produtor de algodão do Brasil tanto em quantidade (20,7% do total nacional) quanto em valor (23,0% do total gerado pelo produto). Só fica atrás de Mato Grosso, que detém 69,2% da produção brasileira de algodão (4,9 milhões de 7,1 milhões de toneladas) e 67,2% do valor gerado pela cotonicultura nacional (R$ 12,8 bilhões de R$ 19,1 bilhões). .

Milho – Terceiro produto que mais gera valor para a agricultura baiana, o milho em grão rendeu, em 2020, R$ 2,1 bilhões ou 7,8% de todo o valor agrícola do estado. Assim como ocorreu com a soja e o algodão, foi um montante recorde para o produto desde o início do Real, com forte aumento frente a 2019 (+105,2%, ou mais R$ 1,1 bilhão).

A safra baiana de milho em 2020 foi de 2,6 milhões de toneladas, 760.097 toneladas a mais do que o colhido em 2019 (+40,3%). Mas a Bahia é apenas o 9o maior produtor de milho do país, com o 8o maior valor de produção.

Foto: Seagre

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