O senador Otto Alencar (PSD) afirmou nesta quarta-feira (22), em entrevista à Rádio Metropole, descartar uma possível candidatura a vice-governador na chapa a ser encabeçada por Jaques Wagner (PT) em 2022. Ele deu a declaração ao ser lembrado por Mário Kertész que tal composição foi defendida recentemente pelo ex-presidente Lula, para quem Rui Costa (PT) deve concluir o seu mandato no Palácio de Ondina e o vice-governador João Leão (PP) disputar uma cadeira no Senado.
“Essa é uma situação que em todos os momentos eu fui convidado a ser vice. Eu não andei empurrando porta para dizer ‘olha, eu quero ser de qualquer jeito’. Vai ser a mesma coisa. Agora, em 2022, vamos ter que sentar pra ver aquilo que o grupo pode resolver em termos de candidatos ao governo, vice-governador e governador. Mas não serei candidato a vice-governador, embora seja um cargo importante, como agora exerce muito bem João Leão”, respondeu Otto, um dos membros mais atuantes na CPI da Covid.
“Eu já fui duas vezes vice-governador da Bahia, uma na época de César Borges. Na verdade, eu fui escolhido vice-governador de Luís Eduardo Magalhães, meu amigo. Eu já estava escolhido. Ele seria o candidato a governador, e eu, o vice, em 1998. Como ele faleceu, e César estava no governo, eu terminei, ao contrário de ser o vice de Luís Eduardo, passei a ser vice-governador de César Borges. Em 2002, assumi o governo pra fazer a transição. Se elegeu naquela época Paulo Souto. Antônio Carlos [Magalhães] voltou ao Senado, César Borges também”, acrescentou o pessedista.
Apesar de rejeitar o cenário que mais agradaria ao líder petista, Otto voltou a repetir que o seu partido, o PSD, não será “obstáculo” na definição do tabuleiro majoritário estadual.
“Eu estive com o [ex-] presidente Lula já duas vezes. Uma aqui em Brasília, outra em Salvador. Ele ainda está aguardando os fatos e o desenrolar dos fatos em nível nacional. Certamente, ele, que tem o Partido dos Trabalhadores, aguarda uma aliança com algum partido de centro, de direita, para formalizar a sua chapa, e eEu acho que isso tem grandes possibilidades de acontecer, pelas conversações e pelas negociações que estão acontecendo. Quanto à situação da Bahia, eu acho que isso vai se decidido de uma forma mais correta lá no mês de abril, maio, por aí, como sempre se decide as chapas majoritárias”, afirmou.
“Eu tenho procurado colaborar da melhor forma. O PSD não será obstáculo. Nós não vamos colocar nenhum problema pra um bom entendimento”, reiterou Otto.
Ao mencionar siglas aliadas como PP e PSB, o senador afirmou ser importante que “cada um entenda sua posição e tenha a verdadeira noção do seu peso político” dentro da base governista.
Foto: Agência senado