Foto: Andre Caballero e Anna Moneymaker / AFP / CP/
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), teve uma reunião sexta-feira com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e agradeceu ao norte-americano pelo apoio ao Brasil após os atos de vandalismo em Brasília em 8 de janeiro e ainda se comprometeu a zerar o desmatamento na Amazônia até 2030. “Temos alguns problemas para trabalhar juntos. Primeiro, nunca mais permitir que haja um novo capítulo do Capitólio e que nunca mais haja o que aconteceu no Brasil. Uma invasão do congresso nacional, do palácio do presidente e da Suprema Corte”, disse Lula.
Sobre a questão climática, o presidente brasileiro fez críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo Lula, o antecessor dele contribuiu para a alta do desmatamento e permitiu que garimpeiros atuassem em florestas e reservas indígenas do país.
“Eu assumi o compromisso que até 2030 vamos chegar a desmatamento zero na Amazônia. Vamos fazer um esforço muito grande para transformar a Amazônia não em um santuário da humanidade, mas em um centro de pesquisa compartilhado com o mundo inteiro, para que a gente possa tirar proveito da riqueza da biodiversidade da Amazônia e ver se transformamos essa riqueza em melhoria da qualidade de vida para o povo que vive na Amazônia”, comentou Lula.
O chefe do Palácio do Planalto ainda destacou ser necessário estabelecer uma governança mundial mais forte para que assuntos climáticos sejam respeitados. “Não sei qual é o fórum. Se é na ONU, o G-20, o G-8, mas alguma coisa temos que fazer para que obriguem países, o nosso congresso, os nossos empresários a acatar as decisões que nós tomamos a níveis globais.”
Um terceiro ponto abordado por Lula com Biden foi a questão racial. Segundo o brasileiro, é preciso proteger os direitos das minorias. “No Brasil, sobretudo os jovens negros da periferia, muitas vezes são vítimas da incapacidade do Estado. A violência que existe na periferia é a ausência do Estado com políticas públicas para garantir os sonhos da juventude.”