(foto: Pedro França)

O advogado, Marcos Tolentino, negou nesta terça-feira, 14, em depoimento à CPI da Covid, ser um “sócio oculto” do FIB Bank — empresa que atuou como fiadora da negociação de compra da vacina indiana Covaxin pelo Ministério da Saúde. Aos senadores, o dono da Rede Brasil de Televisão negou ter relação com a empresa. “Não existe nenhum ato ou fato de minha parte que possa me ligar [aos objetos de investigação da CPI]”, enfatizou.

Eu, Marcos Tolentino, afirmo que não possuo qualquer participação na sociedade, não sou sócio da empresa como veiculado por algumas matérias”, declarou o depoente logo na abertura das atividades. Tolentino também relatou ter tido alguns “encontros” “meramente casuais” com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), mas negou ser amigo pessoal do chefe do Executivo.

“Informo que conheço o presidente desde o período em que era deputado federal, mas não possuo nenhuma amizade pessoal ou qualquer outro tipo de relacionamento”, disse o depoente. Logo depois, ele concluiu: “Estive com ele em alguns encontros, meramente casuais. Inclusive, se pegar até as datas em que comecei a voltar para cá, já foi em junho, julho, no marco regulatório das TVs.”

olentino também afirmou à CPI que não participou do jantar entre representantes da Precisa Medicamentos e do Ministério da Saúde, onde teria sido feito um pedido de propina de US$ 1 por vacina.

O empresário disse que mantém há muitos anos relação de “respeito e amizade” com o líder do governo, deputado Ricardo Barros (PP-PR), e “nada mais que isso”. Ele informou também que esteve na CPI em julho passado para acompanhar o depoimento do parlamentar e o fez na condição de amigo, sem a intenção de afrontar a comissão.

Integrantes da CPI já sabiam que o empresário era ligado ao deputado, apontado por senadores como articulador de negociações sob suspeita de irregularidades. O nome de Barros foi apresentado à comissão pelo servidor público Luis Ricardo Miranda e o irmão dele, o deputado Luis Miranda (DEM-DF), quando denunciaram irregularidade e superfaturamento no contrato de compra da vacina indiana Covaxin, da Bharat Biotech. Os irmãos levaram a denúncia ao presidente da República, Jair Bolsonaro, que então teria mencionado o nome de Ricardo Barros.

 

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