“Eu dei a minha vida ao povo cearense e algumas lideranças, todas que ajudei a formar, se reuniram e meteram a faca nas minhas costas”, declarou Ciro Gomes (PDT) durante entrevista ao Flow Podcast, na segunda-feira (26). Na terça (27), em entrevista à TV Record, o pedetista afirmou que “a facada ainda está doendo”.
As declarações do candidato do PDT à presidência estão relacionadas ao rompimento entre PT e PDT no Ceará, que abalou a relação entre Ciro e os irmãos Cid e Ivo Ferreira Gomes, que nos últimos anos ditaram os rumos políticos no estado.
Ainda durante a sabatina na TV Record, o pedetista afirmou que “a ferida está aberta, está sangrando neste momento”. “Sabe por quê? Eu dei minha vida inteira ao povo do Ceará. E tive de volta do povo do Ceará honras e privilégios que hoje me permitem dizer: ‘Ceará, cearense, façam o que você quiser de mim”, acrescentou.
Conforme apontou a Folha de S.Paulo, Ciro ressaltou na entrevista que não fez campanha no Ceará devido ao atrito com os irmãos. O motivo: a indicação do ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio como candidato do PDT ao governo, em detrimento à governadora Izolda Cela (sem partido), fez o PT desembarcar de uma aliança que durava 16 anos.
Ciro sempre defendeu a indicação de Roberto, enquanto o senador Cid Gomes (PDT) e Ivo Gomes (PDT), prefeito de Sobral, preferiam a manutenção da aliança com o PT, por meio do apoio a Izolda. Ela teria do seu lado o ex-governador petista Camilo Santana, que concorre a uma cadeira no Senado. Sem acordo, o PT resolveu lançar o deputado estadual Elmano de Freitas ao governo.
Cid e Ivo pedem em suas redes sociais voto a Ciro Gomes para presidente, mas não declararam apoio a Roberto. Ainda conforme a Folha, na semana passada, Camilo foi a Sobral e Cid e Ivo estiveram com ele publicamente — ambos posaram para foto com adesivo colado na camisa com o número de urna de Camilo.
