O senador Jaques Wagner (PT) lamentou, na manhã desta segunda-feira (26), os ataques de Ciro Gomes (PDT) a Lula (PT) e ao Partido dos Trabalhadores. Em contato com a imprensa, o senador demonstrou “tristeza” por, segundo ele, ver “um quadro político de qualidade” como Ciro, “virando uma metralhadora giratória atirando para tudo que é lugar”.
“Eu vejo com tristeza, para dizer a verdade. Continuo achando que ele (Ciro) é um quadro político de qualidade. É um cara com espírito público, que conhece o Brasil, que pensa bem.[…] Para mim, (Ciro) destrambelhou. Virou uma metralhadora giratória atirando para tudo que é lugar. Está se isolando até dentro do próprio partido dele (PDT). Tem muita gente que defende o ‘Brizolismo’ reclamando dessa postura dele, que não seria de hipótese nenhuma, a postura de (Leonel) Brizola”, afirmou o parlamentar petista.
Wagner ressaltou que enxerga a legitimidade da candidatura do pedetista, mas defendeu que a postura do ex-aliado poderia diferir, numa eleição, segundo ele, entre a “barbárie e a civilização”.
“Desde 1989, a eleição tinha o que é legítimo na democracia, o embate entre dois, três projetos políticos diferentes. Dessa vez, eu diria que há uma disputa entre a barbárie e a civilização. Entre a democracia e o autoritarismo. Entre a preservação do meio ambiente e o tocar fogo em tudo. O mundo inteiro, na verdade, está esperando, com uma expectativa grande, que o Brasil volte às grandes mesas de negociações internacionais, que nós simplesmente saímos.[…] Não consigo entender o comportamento dele (de Ciro). Acho que é legítimo ele querer sair candidato, mas chega uma hora que não tem sentido, do jeito que ele está batendo”, acrescentou Wagner.
O senador avaliou, ainda, que Ciro Gomes está “se isolando” e “diminuindo” sua pontuação nas pesquisas de intenções de voto. “As pessoas começam a pensar: ‘eu não vou entrar nesse barco, prefiro terminar logo no primeiro turno’. Não é uma eleição normal, onde você está numa normalidade institucional. Você está na normalidade institucional, mas o Presidente atual (Jair Bolsonaro) vive o tempo todo ameaçando. As pessoas transformaram essa eleição quase que num movimento típico de diretas já. As pessoas querem paz e progresso, prosperidade e fim da carestia”, concluiu Wagner.
Nesta segunda, em uma live em que leu uma intitulada ‘carta à nação’, o candidato do PDT declarou que não desistirá de sua candidatura e criticou a “campanha de intimidação, mentiras e destruição de imagens” deflagrada pela campanha do ex-presidente Lula. “Nada deterá minha disposição a seguir em frente com o projeto nacional de desenvolvimento. Não me intimidarão. Sou vítima de virulenta campanha nacional e internacional”, disse Ciro na ocasião.