Foto Reprodução/
Após uma semana de incertezas quanto a presença dos principais candidatos ao cargo de presidente da República, o primeiro debate das eleições deste ano foi realizado na noite deste domingo nos estúdios da Band, em São Paulo. Pela primeira vez, Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) interagiram, momento mais aguardado da campanha eleitoral até aqui. Além desse embate marcar a polarização do cenário político, foi um inédito encontro entre um presidente no cargo com um ex-presidente neste tipo de evento. Também participaram os candidatos Ciro Gomes (PDT), Luiz Felipe D’Ávila (Novo), Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronicke (União Brasil). A temática feminina foi destaque, com abordagem de políticas para mulheres e questões relacionadas ao machismo.
O primeiro bloco iniciou com perguntas sobre os programas de governo feitas por jornalistas, uma a cada dupla de candidatos. Para aqueles menos conhecidos, foi momento para usar a maior parte do tempo para se apresentar. Na sequência, foi a vez das perguntas entre candidatos, com cada um deles fazendo e respondendo a uma pergunta. Por sorteio, coube a Bolsonaro fazer a primeira delas, escolhendo Lula para responder em momento aguardado, colocando frente a frente os adversários.
Bolsonaro questionou sobre a corrupção na Petrobras. O ex-presidente respondeu elencando medidas de combate a corrupção adotados em sua gestão. Na réplica, Bolsonaro chamou de “mais corrupto da história” do país a gestão do adversário, que na tréplica elencou investimentos em áreas como meio ambiente e educação. O primeiro bloco, no entanto, parecia um momento em que os candidatos se estudavam, esquivando-se de assuntos mais polêmicos ou debate mais acalorado.
As principais críticas ao atual governo não vieram de Lula ou Ciro. Foi a senadora Simone Tebet quem adotou a estratégia de questionar ações da gestão Bolsonaro, principalmente na condução da pandemia. Em pergunta direcionada a Ciro que tinha seu comentário, Bolsonaro chegou a usar seu tempo para contestar Tebet, após fazer crítica a uma jornalista. As candidatas Tebet e Thronicke reagiram e criticaram o presidente.
Mudança de posições
Antes mesmo de começar, o debate movimentou um grande contingente na segurança. Além disso, a pedido do Gabinete de Segurança Institucional da presidência da República, alegando motivos de segurança, o posicionamento dos candidatos, determinado por sorteio, foi alterado, com anuência dos organizadores. A ordem original das perguntas, no entanto, foi mantida.
Assim, o ex-presidente Lula, que ficaria ao lado de Bolsonaro, entre ele e Ciro Gomes, teve o lugar trocado com o da senadora Soraya Thronicke. Nos bastidores, apoiadores dos candidatos exaltaram os ânimos. O deputado federal André Janones e o ex-ministro e candidato Ricardo Salles discutiram e precisaram ser separados.
Além do Grupo Bandeirantes, formam o pool de emissoras que realizaram e transmitiram esse debate a TV Cultura, o jornal Folha de São Paulo e o UOL, além do Google.