A tecnologia 5G já chegou a Salvador, mas ainda não funciona na maior parte da cidade. Isso porque, além da necessidade de que as pessoas tenham aparelhos mais modernos, as operadoras do serviço ainda não instalaram toda a estrutura necessária.
A capital já conta com cerca de 200 antenas de 5G distribuídas em cerca de 80 bairros, no entanto, de acordo com as empresas, a Câmara de Vereadores precisa adaptar a legislação local à Lei Geral de Antenas, para que a instalação possa continuar.
“A Anatel [agência reguladora do setor] obriga que as operadoras coloquem uma antena para cada 100 mil habitantes nesse momento inicial. Como Salvador tem cerca de 3 milhões de habitantes, haveria a obrigação das operadoras colocarem somente 30 antenas, o que é insuficiente”, explica Diogo Della Torres, coordenador de infraestrutura da Conexis Brasil Digital.
“As operadoras, felizmente, têm colocado duas vezes mais essa quantidade. Para que o município tenha a tecnologia disponível de forma abrangente para a população, são muitas as instalações que têm que ser feitas”, complementa. “Para que isso seja possível, é necessário aos municípios, atualizarem as legislações”.
A adaptação legal deve possibilitar a instalação de mais antenas, visto que a lei atualizada abarca aspectos novos e próprios do 5G. “A lei tem pontos que foram pensados ainda na época das torres grandes na época conectividade 2G”, explica Luciano Stutz, presidente da Associação Brasileira de Infraestrutura para Telecomunicações (Abrintel). Com o movimento Antene-se, a associação busca dialogar e estimular o processo de atualização das leis nas cidades, o que já foi feito em outras regiões do País.
“Identificamos esse problema na legislação e, como estamos fazendo nas capitais brasileiras e em outras 400 cidades, propusemos a atualização da legislação de Salvador”, relata Stutz.
O presidente destaca como é o alcance da internet atualmente na cidade e aponta que a situação é pior em bairros periféricos. “Quando você olha para o 4G, que já tem em bairros como Liberdade, São Caetano, Subúrbio e Cidade Baixa, tem uma questão de uso que pode ficar prejudicada por essa falta de infraestrutura”, explica.