Por Davi Valadares
O combustível está cada vez mais caro no Brasil. De reajuste em reajuste, que se avoluma mês após mês, ir para o trabalho e passear no fim de semana tem sido custoso para o bolso dos consumidores que tem, com isso, buscado priorizar outros meios de transporte ou evitado o abastecimento. Segundo o secretário executivo do Sindicato dos Revendedores de Combustíveis do Estado da Bahia (Sindicombustíveis), Marcelo Travassos, a alta no preço da gasolina nos últimos meses tem levado a uma diminuição na procura nos aproximadamente 2.800 postos de combustíveis na Bahia. O último aumento do produto registrado nas refinarias foi no dia 12 de agosto, com reajuste de pouco mais de 3%.
“Este ano já tivemos nove aumentos em oitos meses e em percentuais bem acima do que era praticado anteriormente pela Petrobras. Esses aumentos prejudicaram tanto o orçamento dos consumidores quanto dos empresários. Digo isso porque quanto mais caro um produto maior o custo financeiro de estocagem e maior o custo para fazer que seu negócio funcione. No final, tanto os postos quanto os consumidores acabam sendo impactados”, disse Marcelo. Conforme ainda o secretário executivo do sindicato, o volume de vendas atualmente é também menor do que o registrado em ano anteriores. “Temos dois problemas para a revenda que é o aumento de custo de movimentação de vendas e temos uma diminuição na quantidade vendida. Esses dois fatores fazem com que a gente tenha uma rentabilidade bastante prejudicada”, relatou.
Sobre as cidades mais prejudicadas, Marcelo afirmou que são todas no geral, mas com um agravante na capital baiana, pois o fluxo e a demanda são maiores. “Com certeza Salvador. É a cidade que mais vende e quando não se vende perde. Agora isso não significa que as cidades de médio porte não tenham sofrido. Podemos considerar também um impacto muito grande em cidades turísticas como, por exemplo, Porto Seguro e Itacaré”, afirmou Marcelo que lembrou que devido à política de preços da Petrobras ao menos 5.076 pessoas que atuavam no setor foram demitidas na Bahia este ano. “Neste momento a Petrobras deveria usar a vantagem competitiva que ela tem para amenizar toda essa questão”, finalizou.
Impacto
Para o economista e conselheiro do Conselho Regional de Economia da Bahia (Corecon-BA), Edval Landulfo, os sucessivos aumentos no preço dos combustíveis pesa no bolso de todos, principalmente na rotina daqueles que necessitam dos veículos para desenvolver atividades profissionais. Ele lembra ainda que o aumento encarece também os preços de outros produtos que são transportados por rodovias como, por exemplo, os preços dos alimentos.
“As notícias não são animadoras, pois há uma demanda internacional por petróleo devido à recuperação econômica em alguns países, o que afeta diretamente a vida dos brasileiros, porque a Petrobras tem como referência os preços de paridade de importação e esses valores praticados acompanham as variações no mercado internacional e da taxa de câmbio”, explicou o economista.
Foto: Romildo de Jesus