A Campanha eleitoral do candidato do PT à Presidência da República, Luís Inácio Lula da Silva, já demonstra ser um desafio ao esquema de segurança pensado pela Polícia Federal. Agentes que fazem esse trabalho de perto apontaram problemas para manter a integridade física do petista, relatados em ofício enviado a superintendências regionais do órgão. A informação é da Folha.
Uma das dificuldades detalhadas no documento é sobre o fácil acesso às armas. “O contexto político e social no qual se realizará a operação de segurança é composto por, entre outras adversidades, opositores radicalizados e acesso a armas de letalidade ampliada decorrentes das mudanças legais realizadas em 2019”, diz trecho do documento em referência aos decretos editados por Bolsonaro que facilitam a compra de armamento.
A polícia ainda aponta preocupação com “ameaças de morte ao candidato e representantes dos partidos, bem como a perpetração de atos de intimidação e violência” e que se trata de um “cenário inédito” na política brasileira, aumentando o “desafio da operação”.
A PF é responsável pela segurança de cada candidato à Presidência da República, menos quem está no exercício do cargo, como Bolsonaro, cuja proteção cabe ao GSI (Gabinete de Segurança Institucional).
Para este ano, a Polícia Federal estabeleceu uma classificação para o grau de insegurança de cada postulante ao Palácio do Planalto. Lula é o único com nível máximo.
“A garantia de eleições livres pressupõe a manutenção da incolumidade física dos candidatos, sem a qual viciaria todo o processo eleitoral e consequentemente o regime democrático”, afirmam os policiais federais no documento.
Lula também tem o maior número de agentes na sua equipe de segurança entre todos os candidatos. “Garantir a segurança e proteção do candidato, especialmente sua vida, é, portanto, uma atividade de extrema relevância aos responsáveis e de relevo estratégico institucional, devendo ser objeto da mais acurada atenção, planejamento e execução”, diz o relatório.