O presidente da Câmara Municipal de Salvador (CMS), Geraldo Júnior (MDB), comentou nesta sexta-feira (22) a acusação feita pelo prefeito Bruno Reis (UB) sobre ele ter tentado “dar um golpe” incluindo um “jabuti” no projeto de reajuste dos servidores municipais aprovado pela Casa em sessão extraodinária na última terça-feira (19).
O projeto aprovado pela CMS foi sancionado, com veto em um artigo, pelo prefeito na quinta-feira (21) e publicado no Diário Oficial do Município (DOM). Segundo Bruno, Geraldo não respeitou o acordo feito com a prefeitura e com os funcionários e incluiu um artigo que poderia gerar um impacto de R$ 300 milhões às contas do município.
“Geraldo Júnior mais uma vez tentou dar um golpe em uma votação na Câmara Municipal, incluindo artigos na lei de reajuste de servidores que ainda não havia um acordo, que está em discussão. Isso representaria impacto nas contas da cidade de R$ 300 milhões. É uma falta de responsabilidade, por isso nós não deixamos e não deixaremos prosperar”, disse Bruno na manhã desta sexta.
Geraldo, entretanto, explicou que o artigo vetado pelo prefeito trata da uma emenda para garantir o teto constitucional dos agentes de endemias. O presidente do Legislativo de Salvador, disse ainda que “golpe é o que ele tenta dar nos agentes de saúde da cidade do Salvador, que desde maio suplicam uma negociação com a prefeitura e encontram as portas fechadas”.
“Desrespeito é o que prefeito pratica com os mais de quatro mil agentes que ganham apenas R$ 878,00 de salário base. Ele, que entende muito de jabuti, deveria saber que as emendas de relator fazem parte do processo e tantas vezes foi utilizada por ele e pelo líder dele”, pontuou Geraldo.
Ainda em tom elevado contra o prefeito, Geraldo Júnior disse que está “acostumado a ingratidões”.
“Nestes dois últimos meses já aprovamos quatro mensagens do Executivo por acordo, para ajudar a nossa população, sob a nossa condução. Uma prova de que a cidade está acima das divergências políticas. Sendo muito sincero, não tenho culpa e não vou ensinar ninguém a votar. A base dele não sabe o que vota? O líder dele não sabe conduzir uma votação? A emenda foi aprovada por unanimidade, depois de indagação desta presidência e do decano da Casa, vereador Edvaldo Brito”, completou.
Geraldo aproveitou ainda para contra-atacar Bruno ao afirmar que o prefeito “trata a cidade com brincadeira e irresponsabilidade”.
“Enquanto isso, fica brincando de ser prefeito. Vá trabalhar e defender a população que está abandonada nas comunidades. Pare de brincar com a vida das pessoas. Tá aprendendo com o chefe dele, que adota a premissa de que ‘só presta se tiver ao lado deles e subserviente a eles’, ou seja, quem antes prestava, agora não serve mais”, rebateu.
“Que fique bem claro para Bruno Reis e para o chefe dele, que eu defenderei os trabalhadores custe o que custar. Defenderei o Ministério Público, instituição que guardo máximo respeito e admiração. Enquanto cuido da vida das pessoas, ele cuida de maratona e o líder dele cuida de jogar futevôlei, votando projetos sem saber o que está votando”, concluiu.