O deputado Federal Afonso Florence (PT) comentou, em conversa com o bahia.ba na manhã desta quinta-feira (14), seu voto a favor da aprovação da PEC dos Auxílios, que concede uma série de benefícios sociais a menos de três meses das eleições e que pode melhorar os indicadores eleitorais do governo de Jair Bolsonaro (PL). Válida apenas neste ano, a PEC aumenta o valor do Auxílio Brasil, amplia o Vale-Gás e cria um “voucher” para caminhoneiros.
De acordo com Florence, a bancada do PT na Câmara votou a favor dos ‘benefícios à população’, em um momento classificado como de ‘urgência’, mas que os parlamentares do PT se posicionam contra a ‘constitucionalização da ilegalidade’ da medida às vésperas das eleições. O parlamentar afirmou que as pautas sociais abrangidas no projeto, a exemplo do Auxílio Brasil e do Vale Gás, nasceram a partir da mobilização da oposição e não do governo Bolsonaro.
“Nós votamos a favor dos benefícios, destacando a emergência da situação. A PEC, com a instituição do estado de emergência, tenta constitucionalizar a exclusão da ilicitude, o que é proibido pela legislação eleitoral. E por que votamos a favor? Não foi por temor eleitoral, nem temor de ônus político para nós [caso votassem contra], sabíamos da possibilidade de Bolsonaro subir nas pesquisas [com a aprovação da PEC]. Votamos porque essas pautas são da oposição e não de Bolsonaro”, disse Florence.
“O Auxílio Brasil sucedeu o Auxílio Emergencial, que foi criado no primeiro semestre de 2020, a partir de um projeto do PT, através do Mais Bolsa Família. O governo propôs R$ 200. Nós sustentamos o valor de um salário mínimo. Então, o governo foi para R$ 400. Pedimos R$ 600. Eles nunca aceitaram pagar nem o salário mínimo nem o R$ 600. Aí, durante o período eleitoral, o governo amplia para R$ 600, e não poderíamos ser contra”.
Segundo Florence, a oposição na Câmara ‘sempre soube’ que a PEC ‘melhoraria as intenções de voto no governo’ de Jair Bolsonaro, no entanto, ressalva o deputado petista: ‘nunca vacilamos em defender isso, porque era uma necessidade do povo pobre”, disse. E reafirmou: “Somos contra a ilegalidade e a favor dos benefícios”.