Foto: Alexandre Hisayasu/Rede Amazônica/
Indígenas de Atalaia do Norte, município onde o indigenista brasileiro Bruno Pereira e o jornalista britânico Dom Phillips desapareceram, fizeram uma manifestação nesta segunda-feira (13) em apoio a lideranças da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja).
Segundo informações do portal g1, o ato também ocorreu em solidariedade às famílias dos desaparecidos. Os corpos dos dois foram encontrados, informou a esposa de Dom Phillips. A Polícia Federal ainda não confirmou o ocorrido, mas o jornalista André Trigueiro, da TV Globo, revelou ter conversado com a mulher do inglês, que o informou do fato.
Durante o protesto, os indígenas andaram as principais ruas do município com flechas e faixas. De acordo com o portal g1, eles são contra o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) e os projetos de lei 191, que autoriza a mineração e construção de hidrelétricas em terras indígenas, e 490, que prevê alterações na demarcação de terras indígenas, o chamado Marco Temporal.
As lideranças indígenas discursaram na manifestação e pediram justiça pelo indigenista e pelo jornalista.
Entenda o caso
Phillips e Pereira estavam desaparecidos desde o dia 5, quando foram vistos pela última vez navegando pela Terra Indígena Vale Javari.
No local, eles conversaram com a esposa de um líder comunitário apelidado de Churrasco. Em seguida, partiram rumo a Atalaia do Norte, viagem que costuma levar duas horas, mas não chegaram ao destino.
Eles viajavam com uma embarcação nova, de 40 cavalos e 70 litros de gasolina, o suficiente para a viagem.
A área onde eles desapareceram é alvo constante de conflitos relacionados a tráfico de drogas, roubo de madeira e garimpo ilegal.
A União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) deu início às buscas no domingo (5), quando os dois não chegaram ao destino final em Atalaia do Norte. No dia seguinte (6), a organização comunicou as autoridades sobre o sumiço.
Ainda segundo a Univaja, tanto Phillips quanto Pereira eram alvos constantes de ameaças de madeireiros, garimpeiros e pescadores.
Suspeito foi preso
Suspeito de envolvimento no desaparecimento do jornalista e do indigenista, Amarildo da Costa de Oliveira, apelidado de “Pelado”, foi preso na última terça-feira (7).
A polícia explicou que o rapaz foi detido em flagrante por posse de munição de uso restrito e permitido. Com ele, foram apreendidos chumbinhos.
A PM realizou busca na residência do suspeito após receber denúncia anônima de uma suposta participação do rapaz de 41 anos no crime. A defesa nega que ele tenha envolvimento no caso.