O prefeito de Itabuna, Augusto Castro (PSD), defendeu um empréstimo internacional de US$ 30 milhões de dólares solicitado pelo município, apesar de a Câmara Municipal da cidade suspender a sessão que votaria a aprovação do crédito após vereadores de oposição pedirem vista ao projeto.
Ao BNews, Castro afirmou que o dinheiro servirá para investimentos na infraestrutura urbana da cidade, como obras estruturantes como a ponte, urbanização de todo eixo afetado pela enchente e a pavimentação e drenagem nos bairros da cidade.
“Estamos tentando com o Governo Federal contrair esse empréstimo com aval da União. Regularizamos a situação do município junto ao tesouro nacional. Tínhamos os piores indicadores junto a Secretaria do Tesouro Nacional (STN) com relação a Lei de Responsabilidade Fiscal. Regularizamos para aumentar nossa capacidade de crédito com a União, capacidade de pagamento e a nota do Tesouro em Itabuna, que era negativa e inadimplente, elevamos para o conceito de nota B”, afirmou.
“Por isso pleiteamos junto ao ministério da Economia, junto ao G-Tech, que aprova empréstimo internacional para tentar viabilizar. Os juros internacionais são mais em conta do que o financiamento interno, há carência de 4 anos para pagamento da primeira parcela. Teremos intervenções na Região da Bananeira e regiões importantes para a cidade que foram afetadas pela enchente”, defendeu o prefeito.
“Não é nada de anormal. Salvador tomou financiamento internacional junto ao BID, o Estado tomou. Em Conquista foi aprovado um empréstimo de 70 milhões de dólares, Porto Seguro a Câmara aprovou empréstimo de 400 milhões. Os municípios que organizaram junto ao ajuste fiscal podem pleitear. Estamos discutindo junto a Câmara e na expectativa de aprovar para então submeter ao Senado”, completou Augusto Castro.
Dos vereadores que pediram vista ao projeto de lei, Fabricio Pancadinha afirmou ao BNews que o projeto não está claro para a sociedade de Itabuna. Segundo ele, a Câmara ficou de fazer audiências públicas com a população. No enanto, apenas uma foi realizada, segundo ele.
“Querem passar o projeto nas coxas, não pode isso. Cada vereador que estava na audiência pública ficou de trazer o projeto, não fez projeto nenhum e quer passar o projeto. Isso aqui não vou admitir na casa. Meu voto é novamente não. Não é contra o dinheiro, mas exatamente a gente precisa de um projeto. Não posso chegar aqui e dar um cheque em branco, a gente não sabe o que vai ser feito com o dinheiro. R$ 150 milhões vai endividar a cidade. São vocês, meus avós, crianças. Não tem como a gente votar um projeto como esse”, pontuou o vereador.
“Como é que eu estou pegando um dinheiro para outra gestão pagar? O prefeito já sabe que vai ganhar? Isso não existe”, completou Pancadinha.
Outro parlamentar contrário à contratação do crédito é o vereador Dando Leone (PDT), que destacou que é necessário pedir o empréstimo, mas que é preciso fazer um projeto mais completo para passar pela Câmara.
“Eu sou contra que se faça o empréstimo sem o projeto. Sou a favor do dinheiro, mas com o projeto. Tenho que falar um sim favorável à população”, afirmou.