Paulo Dantas é eleito governador de Alagoas em votação, entenda o caso….

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O deputado estadual Paulo Dantas (MDB) venceu a eleição indireta para o Governo de Alagoas e comandará o estado até o fim deste ano. Ele foi empossado no cargo pela Assembleia Legislativa na tarde deste domingo (15).

Dantas é aliado do senador Renan Calheiros e do ex-governador Renan Filho, ambos do MDB, e será o candidato ao Governo de Alagoas em outubro, quando tentará a reeleição.

Ele já anunciou que apoiará o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na disputa pela Presidência e terá o PT em sua aliança no estado.

A eleição indireta aconteceu neste domingo (15) após uma batalha judicial protagonizada por aliados do senador Renan Calheiros e do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP).

A escolha de um novo governador pelos deputados estaduais acontece devido à dupla vacância no Executivo estadual.

Em abril, o então governador Renan Filho renunciou para ser candidato ao Senado. O vice-governador eleito em 2018, Luciano Barbosa (MDB), já havia renunciado ao cargo após ter sido eleito em 2020 prefeito de Arapiraca, segunda maior cidade do estado.

Sem governador e sem vice, coube aos deputados estaduais escolherem um governador-tampão. Nos últimos 45 dias, o estado foi governado de forma interina pelo presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas, desembargador Klever Loureiro.

Ele assumiu o governo após presidente da Assembleia, Marcelo Victor (MDB), decidir não assumir o governo interino para não ficar inelegível para o Legislativo nas eleições de outubro.

Ao todo, sete chapas participaram da eleição indiretas: Paulo Dantas, que representou o grupo governista teve 21 dos 25 votos. Davi Maia (União Brasil), Cabo Bebeto (PL), Danúbia Barbosa (Avante) tiveram um voto cada. Os demais candidatos não receberam nenhum voto.

O deputado Antônio Albuquerque (Republicanos), que deve concorrer ao governo em outubro, votou em branco. Os deputados Davi Davino Filho (PP) e Olavo Calheiros (MDB) não participaram da sessão.

Paulo Dantas, 43, é natural de Maceió, formado em administração e já foi prefeito de Batalha, cidade do sertão de Alagoas, entre 2005 e 2012. Há quatro anos, foi eleito deputado estadual com 38.397 votos.

O deputado é filho de Luiz Dantas, que foi secretário de Estado de Alagoas, deputado federal e estadual e presidente da Assembleia alagoana.

Ao apresentar sua candidatura, Dantas criticou a batalha judicial em torno da eleição e criticou os “ataques covardes e maquiados de nova política”.

Depois da eleição, já no discurso de posse, anunciou que montará um secretariado com maioria de mulheres e fez uma defesa da democracia.

“Sei que vivemos momentos difíceis no Brasil, com flertes autoritários. Na eleição de outubro vai ficar claro quem está ao lado da democracia e que está ao lado do autoritarismo. Hoje, aqui, mais uma vez, venceu a democracia”, afirmou.

Dantas também elogiou Renan Filho, mas pontuou diferenças: “Tenho grande admiração por Renan Filho, mas quero deixar claro que tenho as minhas próprias convicções, minhas próprias ideias e tenho meu estilo de governar”.

O médico José Wanderley Neto foi empossado vice-governador do estado. Ele já havia sido vice-governador de Alagoas entre 2007 e 2010, na gestão de Teotônio Vilela Filho (PSDB).

Nas eleições de outubro, Paulo Dantas concorrerá ao Governo de Alagoas tendo o ex-governador Renan Filho como candidato ao Senado. A expectativa é que outro nome seja escolhido como candidato a vice — o favorito é o ex-secretário de Educação Rafael Brito (MDB).

Também vão concorrer ao governo em outubro o senador Rodrigo Cunha (União Brasil), o ex-prefeito de Maceió Rui Palmeira (PSD), o deputado estadual Antônio Albuquerque (Republicanos) e o professor Cícero Albuquerque (PSOL).

A eleição indireta deveria ter acontecido no dia 2 de maio, mas foi suspensa na véspera pelo presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luiz Fux.

O ministro atendeu a um pedido do PSB, partido comandado em Alagoas pelo prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, opositor dos Calheiros. O PSB havia questionado o fato de a votação para governador e vice-governador estar prevista para acontecer de forma separada, uma para cada cargo.

Além disso, a votação seria aberta entre os deputados, segundo o edital da Assembleia. Para o partido, a regra violaria a confidencialidade do voto e é incompatível com a Constituição Federal.

Na última segunda-feira (9), o ministro do STF Gilmar Mendes decidiu que a eleição indireta para o Governo de Alagoas deveria ocorrer para governador e vice em chapas únicas e vetou que pessoas não filiadas a partidos se candidatem.

Por outro lado, Mendes não acatou o pedido da oposição de votação secreta e autorizou que a votação fosse nominal e aberta entre os deputados. Ele alegou que “a previsão da votação aberta pelo diploma alagoano não contraria a Constituição Federal”.

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