O governo propôs que o salário mínimo em 2022 seja de R$ 1.169. O valor, que está na proposta de lei orçamentária anual (PLOA) apresentada nesta terça-feira, é superior ao projetado na Lei de Diretrizes Orçamentárias, que o fixou em R$ 1.147. Esse montante ainda pode ser revisado para cima, já que o cálculo para reajuste considerou um parâmetro defasado da inflação.
Esse dado está em linha com a projeção de 6,2% do terceiro relatório de avaliação de receitas e despesas do governo e acima da taxa de 4,27% da correção do piso salarial prevista na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) do próximo, cujo projeto de lei foi enviado ao Congresso em abril, o que implicaria em um salário mínimo de R$ 1.147.
A correção do salário mínimo é feita com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). A equipe econômica considerou que o indicador será de 6,20%, o que elevaria o benefício dos atuais R$ 1.100 para os R$ 1.169 propostos.
Apesar do ajuste de 6,27%, a previsão para o INPC deste ano feita pelo governo ainda está abaixo das estimativas do mercado, que apontam para uma alta acima de 8% no indicador neste ano.
No entanto, com a pressão sobre preços de alimentos, energia elétrica e combustíveis, a expectativa de mercado é de que esse indicador acelere até o fim do ano.
Para fazer a correção do reajuste do salário mínimo, o governo pode enviar uma mensagem modificativa. Neste ano, o governo terá de enviar essa mensagem para atualizar o valor que pagará de precatórios, cujo acordo está sendo costurado em uma força-tarefa do Legislativo e Judiciário, e atualizar o orçamento do Bolsa Família, que deverá se chamar Auxílio Brasil e atenderá mais famílias, pagando um benefício maior.
A estimativa para câmbio ficou inalterada, mantendo a previsão para o dólar no fim do ano em R$ 5,15. O PIB nominal de 2022 passou de R$ 8,886 trilhões para R$ 9,937 trilhões.