Com fim do prazo, Aliança pelo Brasil acaba e terá 183 mil apoios descartados

Em novembro de 2019, o presidente Jair Bolsonaro (PL), anunciou a intenção de criar a Aliança pelo Brasil. O partido tinha até abril para apresentar pelo menos 492 mil assinaturas de apoio à sua criação, porém não alcançou nem a metade.

Com isso, as 183 mil assinaturas de apoio validadas e outras dezenas de milhares em análise pelos cartórios eleitorais, todas elas reunidas em dois anos e quatro meses de coleta, serão descartadas. Eventual nova tentativa de criação de uma legenda genuinamente bolsonarista terá que partir da estaca zero.

Pela lei, toda nova sigla precisa apresentar em até dois anos um apoio popular mínimo, no caso, 492 mil assinaturas de eleitores que avalizam a criação da nova agremiação. Devido à pandemia da Covid-19, esse prazo foi esticado em mais quatro meses.

A Aliança pelo Brasil começou a ser esboçada quando o presidente rompeu com o PSL (hoje União Brasil), o partido pelo qual se elegeu em 2018.

Em novembro de 2019, Bolsonaro e bolsonaristas de todas os matizes se reuniram em um hotel de luxo de Brasília para lançar a “pedra fundamental” da nova legenda, que teria o número 38, em alusão ao calibre do revólver. Na ocasião, o objetivo anunciado era colocar a legenda de pé em cinco meses, a tempo de estar apta a disputar as eleições municipais de 2020.

A coleta de assinaturas, porém, se mostrou desorganizada, lenta e esbarrou em uma série de entraves que inviabilizaram sua criação a tempo das eleições municipais, o que se mostrou o primeiro tropeço de uma série de fracassos.

A primeira leva de assinaturas entregues aos cartórios eleitorais, por exemplo, mostrava nomes de pessoas que já haviam morrido, de eleitores que não existiam, apoiamentos em duplicidade ou com erros de identificação, além do principal problema, assinaturas de pessoas filiados a outros partidos, o que inutilizava o aval dado à Aliança.

A pá de cal ocorreu no segundo semestre do ano passado quando o próprio Bolsonaro deu declarações descartando a possibilidade de o partido sair do papel.

Depois de negociar com várias legendas, o presidente da República ingressou formalmente no PL de Valdemar Costa Neto em novembro.

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