A articulação que fez o MDB retornar para a base petista começou em setembro do ano passado, e o ex-secretário estadual de Saúde, Fábio Vilas-Boas, desempenho papel relevante para levar o partido da família Vieira Lima para os braços do pré-candidato ao governo da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT).
Depois de ser exonerado da Secretaria de Saúde (Sesab), Vilas-Boas foi aconselhado pelo senador Jaques Wagner a procurar o MDB, que, até então, integrava o grupo político do pré-postulante ao governo, ACM Neto (União Brasil). Wagner argumentou que o partido seria ideal para o ex-secretário, já que o PSD e PP – partidos não ideológicos da base do PT – estavam inchados com vários quadros a deputado federal.
Vilas-Boas depois que deixou a Sesab começou a dar início a sua caminhada para chegar à Câmara dos Deputados. Wagner disse ainda ao emissário que, se ele trouxesse o MDB, iria fortalecer o grupo governista e ainda “mostraria força política”. Para convencer os irmãos Vieira Lima a “pular a cerca”, o pré-candidato a deputado chegou a dar expediente na sede do MDB, onde atendia lideranças políticas.
Em fevereiro deste ano, em meio a indefinição de quem seria o candidato a governador da base, as conversas com o MDB esfriaram. O partido cogitava, na época, apoiar Wagner ao governo, mas o petista decidiu desistir de disputar o Palácio de Ondina. As conversas então avançaram com ACM Neto.
Vilas-Boas passou então a dialogar com outras legendas, PV e PSB, para ser candidato. Publicamente, mantinha a confiança de que o partido iria para o grupo petista. O desfecho da história aconteceu na última segunda-feira (28), quando Jaques Wagner se reuniu com o ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB) e selaram o apoio dos emedebista a Jerônimo Rodrigues.
Na quarta-feira (30), houve então o anúncio público, e a decisão de que o presidente da Câmara de Vereadores, Geraldo Júnior, seria indicado pelo MDB para ser candidato a vice-governador na chapa petista.