Cerca de 19 calouros sofreram queimaduras pelo corpo depois de participarem de um trote do curso de Medicina Vetrinária da Universidade Federal do Paraná (UFPR), na cidade de Palotina, a cerca de 597 km de Curitiba.
O trote foi organizado por veteranos na noite da quarta-feira (30/3), em um terreno abandonado, que fica em frente a universidade. Os novatos foram recebidos por alguns alunos antigos em uma comemoração que, na teoria, seria feita somente com brincadeiras leves.
“Era para ser apenas uma brincadeira, algo bem lúdico. Um troste clássico, com leite azedo, lama e cebola. Foi quando vi que eles estavam com uma garrafa com um produto dentro e falaram que seria desinfetante. Fui a primeira pessoa que jogaram isso e tive queimaduras de 1º e 2º grau pelo corpo. Enquanto eu gritava, eles continuavam passando o produto em outras pessoas”, contou uma caloura ao portal Uol, que preferiu não se identificar.
Ela relata que foi uma cena assustadora. “Tinha gente chorando, desesperado e tremendo de dor. Uma colega chegou a desmaiar com tanta dor. Foi uma cena caótica e bem traumatizante”, conta.
No total, 19 estudantes procuram a polícia e registraram um boletim de ocorrência. De acordo com o delegado Pedro Lucena, quatro pessoas foram identificadas como autores do trote e foram presas.
“São alunos do segundo, terceiro e quarto anos de medicina veterinária. O trote foi organizado na frente da universidade, em um terreno baldio. A princípio, apreendemos garrafas de creolina, produto que pode provocar queimaduras. Há informações de que 25 pessoas ficaram feridas, mas apenas 19 quiseram fazer boletim de ocorrência”, disse o delgado ao Uol.
UFRP DIZ QUE A ATITUDE DOS VETERANOS É “INJUSTIFICÁVEL”
“A insatisfação é imensa porque temos trabalhado continuamente nos últimos anos para que haja tolerância zero com relação a esse tipo de atitude na recpção dos nossos estudantes. Quero assegurar aos alunos e estudantes, como toda a comunidade, que nós faremos uma apuração imediata e rigorosa das responsabilidades para que isso não possa se repetir”.