Ainda vivendo o que é considerada uma das maiores crises do transporte público pelo secretário de mobilidade de Salvador, Fabrizzio Muller, o município não tem previsão para a retomada do benefício ‘Domingo é meia’, que ofertava a meia passagem para toda população na capital. Não bastasse os impactos causados pela drástica redução de passageiros no transporte público nos primeiros meses de pandemia da Covid-19, agora, as constantes altas no preço do diesel pressionam ainda mais o preço da tarifa que deve aumentar em breve caso não haja um subsidio do governo federal.
Ao Bahia Notícias, Muller lembrou que há uma obrigação contratual junto às concessionárias para o reajuste anual da tarifa. Segundo ele, a alta do Diesel e a pressão dos contratos são grandes impeditivos para a retomada do benefício.
“O prefeito tem sido uma voz muito presente e transparente nesse assunto quando fala da necessidade do subsídio. Estamos em um momento de uma obrigação contratual que é o reajuste tarifário para recompor o que é fato e notório, um dos maiores aumentos de Diesel dos últimos 12 meses, que foi mais de 60%. Tudo que você concede de benefício ou gratuidade tem que repassar para a tarifa, que já está muito pressionada em razão, principalmente, desse aumento do Diesel”, explicou.
Passado um ano desde a suspensão do ‘Domingo é meia’ (relembre), o problema continua o mesmo. Para a gestão municipal, sem o subsídio federal que assumiria os custos da gratuidade para idosos o município não dará conta de segurar o aumento da passagem.
“Bruno tem mantido a posição de aguardar essa vinda desse subsídio federal que está no Congresso. Já passou pelo Senado e está na Câmara para ser votado e é extremamente necessário para a gente ter o equilíbrio do sistema. Não necessariamente um equilíbrio, mas esse processo de retomada e para que mantenhamos a tarifa sem maiores reajustes. O retorno agora [do ‘Domingo é meia’], nesse momento de reequilíbrio do sistema, pressionaria ainda mais a tarifa, então temos segurado esse benefício em razão disso. Quando o sistema tiver com as contas mais equilibradas é possível ser reavaliado”, disse.
AUMENTO DE TARIFA
Ainda de acordo com o secretário, o aumento da tarifa de transporte público terá de ocorrer, mas ainda não há previsão para quando. “No contrato esse reajuste é formado com 40% do IPCA, 40% do NPC e 20% do Diesel. Então você vê como o Diesel é tão importante nessa equação que representa 20% dessa conta. Com esses aumentos sucessivos do combustível a gente percebe que essa discursão da tarifa se torna inevitável, mas o que o prefeito tem dito e feito é buscar segurar um pouco o aumento dessa tarifa com a perspectiva desse subsidio vir para cobrir a gratuidade dos idosos que já seria, se não suficiente, o que precisaríamos para não reajustar a tarifa”, contou.