Mais de R$ 23 bilhões estão esquecidos nos bancos, à espera da retirada. São benefícios como abono salarial, fundos públicos, PIS-Pasep, e até prêmios de loteria. Mas, muita gente nem sabe que tem esses recursos em haver.
Vamos começar pelos recursos do Pis e do Pasep, que até 1988, eram depositados em cotas em um fundo público. Para ter direito a essas cotas, é preciso ter trabalhado com carteira assinada entre 1971 e 4 de outubro de 1988.
Para consultar se tem esse recurso e poder retirá-lo, o trabalhador deve acessar o aplicativo Carteira de Trabalho Digital, pelo Portal Gov.br; ou entrar em contato pelo telefone 158.
A servente Luciana de Souza trabalha há sete anos com carteira assinada, mas vai retirar o PIS pela primeira vez este ano, em março.
Outro dinheiro à espera de beneficiários é o de contas inativas do FGTS. Trabalhadores com carteira assinada demitidos e que ficaram três anos sem trabalhar formalmente podem fazer o saque total dessas contas. A copeira Leila Patrícia diz que retira o FGTS cada vez que termina um contrato de trabalho. E garante que fica atenta a qualquer resíduo que possa ter no banco, como o PIS.
Tem ainda dinheiro parado de cerca de 11 mil segurados do INSS que receberam benefício por incapacidade, como o antigo auxílio-doença, entre 2002 e 2009, e que tiveram o benefício calculado errado. Neste caso, a consulta deve ser feita pelo portal Meu INSS, ou pelo telefone 135.
Também pode ter saldo a receber pessoas que pediram na Justiça a concessão ou a revisão da aposentadoria ao INSS; e também valores de restituição do Imposto de Renda liberados pela Receita Federal.
O coordenador de Política Econômica, do Conselho Federal de Economia, Fernando de Aquino, comenta a origem desses recursos que muitas vezes são desconhecidos de seus titulares.
Tem até prêmio da loteria para quem fez uma fezinha, mas não sabe que ganhou, ou até esqueceu que jogou, e não foi buscar o dinheiro. Segundo a Caixa Econômica, só no ano passado, os prêmios esquecidos somaram quase R$ 590 milhões, em todas as modalidades de loteria.
Edição: Jacson Segundo / Guilherme Strozi