Após a repercussão da investigação do STF contra Sérgio Reis, o deputado federal Otoni de Paula (PSC-RJ) e outros oito homens, o cantor concedeu uma entrevista ao Domingo Espetacular, da TV Record e falou sobre o assunto. Na ocasião, Sérgios Reis, aos 81 anos, afirmou que ficou triste e com a saúde abalada após o ocorrido e completou: ‘Eu sou democrático, sou do bem, sou do amor’.
“Eu errei, cara, quem que não erra, quem não faz uma bobagem um dia? Não me arrependo de nada, só essa frase infeliz que brinquei com um amigo e vazou, mas não é a realidade. (…( Quero me redimir com esse povo, desculpa. Até o Supremo, se tiver algum pedido para me prender, aceito com respeito. Não saí daqui, não me escondi. Se 6h da manhã vier a Polícia Federal aqui em casa, eu me entrego. (…) Eu sou democrático, sou do bem, sou do amor”, declarou.
Apesar de se desculpar, o cantor criticou o posicionamento do Supremo Tribunal Federal (STF): “Eles tomam as atitudes que acham que estão certas, se acham os donos do país, fazem coisas que desagradam a gente. Isso incomoda. São soberanos, mas até aonde vai eu não sei. (…) O Senado tem que acordar, desculpe. Pergunta para o povo que vai lá se eles concordam com eles. Eu não concordo. Se você concorda, problema seu, é seu direito, é democracia. A frase está errada, eu reconheço. Só não quero eles lá, alguém tem que tirar”.
O inquérito assinado pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes, do qual Sérgio Reis é alvo, foi instaurado após o vazamento de um áudio em que o cantor convoca uma greve nacional de caminhoneiros para protestar contra os 11 integrantes da corte. Durante a entrevista, ele disse se arrepender do que disse.
“Hoje em dia ninguém mais está sigiloso. Foi desequilibro mesmo. Já me chamaram de velho gagá, talvez. Com 81 anos a gente fica meio gagá. (…) Posso até não ser gagá, mas falei uma bobagem como um velho gagá. (…) Estou triste porque estão me julgando de uma forma que eu não sou”, acrescentou.
Mas, ainda assim, voltou a defender a manifestação, que segundo ele seria “pacífica”:
“Errei e agora não vai ter isso. Vai ser uma passeata amigável, quieta. Tem que parar o país? Para, mas não quebra nada, não faz nada com ninguém”.
Fora os mandados de busca e apreensão contra Sérgio Reis e Otoni de Paula, Moraes também determinou que os citados no inquérito, com exceção do deputado, devem se manter um raio de quilômetro afastados da Praça dos Três Poderes, no Distrito Federal.
Como argumento, o ministro escreveu que a medida é “para evitar a prática de infrações penais e preservação da integridade física e psicológica dos Ministros, Senadores, servidores ali lotados, bem como do público em geral que diariamente frequenta e transita nas imediações”. Também por determinação de Moraes, os investigados tiveram todas as redes sociais bloqueadas.