Hospitais públicos e privados, têm alta nas internações de crianças por covid-19

Hospitais públicos e privados em várias partes do País relatam aumento do número de internações de crianças e adolescentes pela covid-19 e abrem leitos para dar conta da demanda. Com o avanço da variante Ômicron, altamente transmissível, e ainda baixas taxas de vacinação infantil, a população pediátrica se torna mais vulnerável à doença.

No Hospital Israelita Albert Einstein, na capital paulista, são dez pacientes menores de 18 anos internados com a covid-19 – oito deles em unidades de terapia intensiva (UTIs). Um mês atrás, não havia nenhum. Já no Sabará Hospital Infantil, o número de crianças e adolescentes internados com suspeita ou confirmação de covid triplicou do fim do ano passado até quarta-feira, 26.

“Essa é a primeira vez que precisamos aumentar o número de leitos pediátricos no hospital. Houve um período da pandemia em que chegamos a desativar leitos pediátricos para atender à maior demanda de pacientes adultos. Agora estamos vivendo uma situação contrária”, diz Ceuci Nunes, diretora do Couto Maia.

Em Curitiba, o Hospital Pequeno Príncipe, referência no atendimento de crianças e adolescentes, já tem mais casos confirmados de covid-19 nos 26 primeiros dias deste ano do que em todo o ano de 2020. Dos dez leitos de UTI, sete estão ocupados.

Vacina

Na última quarta-feira, em Belo Horizonte, a prefeitura anunciou a abertura de 12 leitos de UTI para adultos e dez pediátricos. Também adiou em uma semana o início das aulas presenciais para crianças entre 5 e 11 anos, na rede pública e privada, a fim de acelerar a vacinação. No Brasil, só 3,5% das crianças de 5 a 11 anos receberam a primeira dose.

João Gabriel, de 5 anos, era um dos pacientes internados na capital mineira. A avó Joana D’arc dos Reis Alves viajou de Manhuaçu, a 280 quilômetros de Belo Horizonte, em busca de atendimento. “Ele está com febre alta, de 38 graus, três vezes ao dia, e acreditamos ser algo respiratório, por causa dos sintomas.”

O menino, segundo a família, tem outras comorbidades e conseguiu uma vaga no Hospital Infantil João Paulo II – todos os leitos da unidade estão ocupados e 40% dos casos são de covid. “Não temos nem capacidade física para aumento no momento”, afirma Fabrício Giarola, diretor do Complexo Hospitalar de Urgência da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais.

Outras doenças respiratórias também sobrecarregam os estabelecimentos. “O surto foi especialmente de influenza e bronquiolite em bebês de até 2 anos, devido ao início de uma ressocialização, e, portanto, o contato com novos vírus”, afirmou o secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, Fábio Baccheretti Vitor. Ele prevê que casos de doenças respiratórias infantis comecem a cair em meados de fevereiro. “Nossa expectativa é terminar fevereiro com o índice de internações mais baixo.”

 

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