A jornalista Rachel Sheherazade, 48, venceu um processo trabalhista movido contra o SBT para o reconhecimento de vínculo empregatício. Na sentença, à qual o F5 teve acesso, o juiz reconheceu que a ex-apresentadora era contratada como pessoa jurídica, e a Justiça reconheceu que isso servia como maneira de driblar a contratação via CLT.
A decisão foi em primeira instância e ainda cabe recurso. O SBT foi procurado para se manifestar sobre o processo, mas não respondeu até a publicação desta reportagem.
Sheherazade havia sido contratada em março de 2011 e foi demitida em outubro de 2020 do SBT. O processo tramita no TRT-2 (Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região – São Paulo).
No pedido inicial, a jornalista pedia que a emissora fosse condenada ao pagamento total de cerca de R$ 20 milhões. Entretanto, a Justiça arbitrou, em um primeiro momento, o valor total da causa em torno de R$ 4 milhões, envolvendo indenização por danos morais no montante de R$ 500 mil, pagamento de 13ºs salários, férias, diferenças salariais, participação nos lucros entre outros valores.
DANOS MORAIS
Na sentença, o magistrado trabalhista também reconheceu que Silvio Santos foi misógino com Rachel durante entrega do Troféu Imprensa em 2017, ao dizer que “que a sua contratação se deu por sua beleza e por sua voz, apenas para ler notícias e não dar a sua opinião”.
Leia trecho da conversa citada na sentença:
Silvio Santos: “Você começou a fazer comentários políticos no SBT e pedi para você não fazer mais. Você foi contratada para ler notícias, não foi contratada para dar a sua opinião. Se quiser fazer política, compre uma estação de televisão vá fazer por sua conta, aqui não”.
Rachel Sheherazade: “Quando você me chamou, você me chamou para opinar”.
Silvio Santos: “Não. Chamei para você continuar com a sua beleza, com a sua voz, para ler as notícias no teleprompter. Não foi para você dar a sua opinião”.