Após Rui Costa atribuir a redução do limite do público de eventos à falta de critério dos organizadores na fiscalização e dizer que organiza sua agenda para se reunir com o setor, o presidente da Associação Baiana de Produtores de Eventos (Abape), Moacyr Villas Boas, rebateu o governador e cobrou atenção às demandas da classe.
“Nós estamos ansiosos e aguardando que esse diálogo finalmente venha acontecer, porque durante toda a pandemia nunca aconteceu. O que aconteceu no iniciozinho da pandemia foi um ensaio pra um possível diálogo, mas o diálogo de fato nunca aconteceu, nem com a Abape e nem com nenhuma das outras associações do setor”, declarou Villas Boas, que disse não ser contrário aos protocolos para conter o avanço da Covid-19, mas sim “à falta de diálogo do governo”.
O presidente da Abape cobrou ainda a sensibilidade do poder público para a complexidade dos problemas enfrentados pelo mercado do entretenimento, que é um dos mais impactados na pandemia. “A gente entende que a questão da Covid prioritariamente é uma questão de saúde pública, mas existem outros vieses, outros aspectos que são também causados pela pandemia e que o governo vem fechando os olhos”, alertou o produtor cultural.
“Não é só cuidar da parte que se refere à saúde, mas também cuidar do social, das famílias das pessoas que estão aí desempregadas, das pessoas do setor de eventos que estão aí precisando trabalhar já a praticamente dois anos. É se preocupar com essa parte social, com a parte da economia também, porque quer queira, quer não, são os produtores, os empresários do setor de eventos, que geram empregos pra essas pessoas”, argumentou o presidente da Abape, segundo o qual “o governo não está prestando atenção” ao todo.
Diante das críticas recebidas pela área de entretenimento, Moacyr reitera que os produtores não estão alheios à vida e focados apenas na parte financeira, “Isso não é verdade, isso não procede. Nós também somos seres humanos, nós também temos família, também perdemos pessoas por conta da Covid, então, nós também estamos preocupados com a questão da saúde. Mas a gente entende que a questão da Covid não é meramente uma questão de saúde pública, é também uma questão econômica e social. E a devolutiva que eu faço é o seguinte: é muito fácil se preocupar apenas com a saúde quando se está com as contas em dia e o salário garantido”, ponderou.