Um levantamento feito pelo jornal Estadão, de São Paulo, junto ao IDados, e publicado nesta segunda-feira (3), aponta que 12,3 milhões de jovens até os 29 anos não estuda nem trabalha no Brasil.
O grupo de pessoas nessa situação, chamados de “nem-nem”, representava 30% dos jovens dessa faixa etária até o segundo trimestre de 2021.
Ainda de acordo com o Estadão, o número teve um salto durante a pandemia, em 2020. Em 2021, os números recuaram um pouco, mas continuam acima do nível pré-covid.
Ao todo, são quase 800 mil pessoas a mais ante o primeiro semestre de 2019, quando o grupo representava 27,9% dos jovens até 29 anos. O problema é que desde 2012 o número está em crescimento. Naquela época a taxa era de 25% (10 milhões de pessoas).
Na avaliação do presidente da Trevisan Escola de Negócios, Vandyck Silveira, a situação dos jovens é resultado de uma série de questões. A primeira está associada à educação.
Ainda de acordo com o Estadão, soma-se a isso o baixo crescimento da economia. Desde 2013, o País não consegue encontrar o caminho da retomada consistente.
Entre 2017 e 2019, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu numa média de 1,4% ao ano – resultado muito abaixo da capacidade. “Para empregar todos os jovens que entram no mercado de trabalho, o Brasil precisaria crescer, pelo menos, 3% ao ano”, diz Silveira. “Estamos ficando definitivamente para trás.”