O nascimento de Jesus ocorreu na pequena cidade de Belém e marcou para sempre a história do mundo. O menino judeu que nasceu em Belém não era apenas mais um homem qualquer a nascer, mas era a encarnação de Deus. Obviamente negar o nascimento de Jesus Cristo é negar o Evangelho e, consequentemente, toda a Escritura, visto que ela aponta para esse acontecimento e seus desdobramentos.
O nascimento de Jesus ocorreu de forma milagrosa. Todos os humanos que já nasceram na história da humanidade, nasceram da relação entre um homem e uma mulher. Mas o nascimento de Jesus Cristo ocorreu por obra e graça do Espírito Santo (Mateus 1:18).
O contexto do nascimento de Jesus Cristo
Não sabemos qual foi o mês e o dia que em que Jesus nasceu. Na verdade não sabemos com exatidão nem mesmo o ano em que se deu o nascimento de Jesus. Estamos acostumados a imaginar que isso ocorreu no ano 1 do calendário que divide a história em dois períodos: antes de Cristo (a.C.) e depois de Cristo (d.C.).
Porém, houve um erro na contabilização desse calendário. Como resultado, posteriormente foi descoberta uma diferença que provavelmente varia entre quatro e seis anos. Mas como o calendário já estava plenamente estabelecido e em uso no mundo, era tarde demais para corrigir essa diferença. Isso quer dizer que Jesus nasceu possivelmente entre 6 a.C. e 4 a.C., apesar de parecer estranho falar isso.
Na época em que Jesus nasceu, o império dominante já era o poderoso Império Romano. A língua comum em toda a região da Palestina era o grego por causa da influência do antigo Império Grego de Alexandre Magno (Alexandre, o Grande) que resultou no período helenístico.
Basicamente sob uma mesma língua e com a boa infraestrutura e segurança promovidas pelo Império Romano, havia uma unidade política nunca vista antes naquela região.
Mas consequentemente, toda essa unificação também trouxe uma fragmentação interna no judaísmo. Isso porque alguns judeus eram a favor do domínio romano – especialmente por causa de seus benefícios – enquanto outros eram contra esse domínio e aguardavam por uma libertação. Por isso muitos esperavam um messias político que pudesse livrá-los do domínio estrangeiro.
Na época do nascimento de Jesus, o imperador romano era Otávio Augusto. A Judeia era um estado-vassalo do Império Romano, e era governada pelo rei Herodes, o Grande. Inclusive, foi esse Herodes quem ordenou a matança dos meninos em Belém após o nascimento de Jesus (Mateus 2).
O nascimento de Jesus foi virginal
A primeira coisa que precisa ser enfatizada quando falamos sobre o nascimento de Jesus é que ele aconteceu de forma miraculosa. Sobre isso, o texto bíblico diz: “Foi assim o nascimento de Jesus Cristo: Maria, sua mãe, estava prometida em casamento a José, mas, antes que se unissem, achou-se grávida pelo Espírito Santo” (Mateus 1:18).
Em outra parte, o texto bíblico também mostra que a jovem virgem Maria recebeu a visita do anjo Gabriel que lhe anunciou que ela haveria de ter um filho. Ela ficou espantada, afinal ela era uma virgem. Mas o anjo lhe falou: “O Espírito Santo virá sobre você, e o poder do Altíssimo a cobrirá com a sua sombra. Assim, aquele que há de nascer será chamado Santo, Filho de Deus” (Lucas 1:34,35).
A Bíblia não esconde o fato de que José teve dificuldade de assimilar aquela situação. Mas um anjo do Senhor apareceu a ele em sonho e lhe explicou que ele não devia hesitar em tomar Maria como sua esposa, pois sua gravidez era procedente do Espírito Santo, e o filho que haveria de sair de seu ventre seria Aquele que salvaria o seu povo dos seus pecados (Mateus 1:20,21).
Como o nascimento de Jesus aconteceu?
A Bíblia diz que Jesus nasceu durante o período em que José e Maria viajaram de Nazaré para Belém por causa do censo que estava acontecendo. Como José era de Belém, ele precisou ir até a Belém para poder se registrar. Isso, no entanto, serviu para cumprir a Escritura que através do profeta Miqueias já havia anunciado que o Messias haveria de nascer na cidade de Belém, a cidade de Davi (Miqueias 5:2).
Naquele tempo Belém era uma cidade muito pequena; praticamente uma vila. E em Belém o dia do nascimento de Jesus não foi nada fácil. José não conseguiu encontrar vaga na hospedaria para ele e sua esposa grávida prestes a dar à luz. Por isso Jesus nasceu num ambiente de estábulo e foi deitado numa manjedoura (Lucas 2:5-7).
Enquanto ainda estava na manjedoura, um grupo de pastores foi visitar o menino Jesus após terem sido avisados de seu nascimento por um anjo do Senhor enquanto apascentavam seus rebanhos durante a noite (Lucas 2:8-20).
Completando os oito dias de seu nascimento, Jesus foi circuncidado e consagrado ao Senhor no Templo em Jerusalém conforme mandava a Lei (Lucas 2:21,22). Depois, Jesus também recebeu a visita de uns magos do Oriente que foram milagrosamente guiados por uma estrela até o local onde o menino estava e lhe deram ouro, incenso e mirra como presentes. O texto bíblico não informa quanto tempo se passou desde o nascimento de Jesus até o momento em que os magos foram homenageá-lo.
A importância do nascimento de Jesus
O nascimento de Jesus é um dos assuntos que estão no centro da Fé Cristã, pois testemunha a respeito da encarnação da Segunda Pessoa da Trindade. Isso significa que ele deixou para trás privilégios inimagináveis para a mente humana. Aquele que desfrutava de igualdade com Deus, pois Ele mesmo era Deus, voluntariamente aceitou assumir a forma de servo, tornando-se completamente humano (João 1:14).
Mas Jesus não veio ao mundo numa família poderosa; Ele não nasceu num palácio e não se deitou num berço glorioso. Ele veio numa família humilde, nasceu num estábulo e se deitou numa manjedoura. Embora Ele próprio fosse o Senhor da Lei, Ele nasceu sob a Lei, tornou-se sujeito à Lei e cumpriu com perfeição a Lei para poder redimir os que estão sob a Lei (cf. Gálatas 4:5).
Considerando tudo isso, precisamos considerar alguns pontos importantes sobre o nascimento de Jesus. Em primeiro lugar, o nascimento de Jesus testemunha que Ele se tornou verdadeiramente humano. Seu corpo não era uma ilusão; não era um tipo de aparição espiritual. Ele nasceu totalmente humano, feito de carne e osso.
Em segundo lugar, o nascimento virginal de Jesus indica que Ele nasceu sem herdar o pecado original do qual todos nós somos herdeiros. Jesus não teve um pai humano, mas nasceu por obra do Espírito Santo. Em outras palavras, o nascimento de Jesus interrompeu parcialmente a linhagem de Adão – por parte de pai –, e por isso Ele foi preservado de participar da culpa e da corrupção que todos os descendentes de Adão participam.
Em terceiro lugar, o nascimento de Jesus, em seu caráter virginal, indica que de fato na pessoa de Cristo estavam unidas de forma plena, indivisível e também inconfundível, as naturezas divina e humana. Cristo tornou-se verdadeiramente homem, mas não ficou menos divino ou deixou de ser Deus.
E por fim, o nascimento de Jesus aponta para a verdade bíblica de que a salvação não é obra do esforço humano, mas é obra do Senhor. Jesus nasceu na plenitude do tempo, o momento exato determinado por Deus para prover a redenção de seu povo (Gálatas 4:4,5).
Por Daniel Conegero