Reunidos no Instituto Anísio Teixeira (IAT) para participar da formação continuada sobre Regime de Progressão Parcial (RPP), cerca de 197 professores tutores que atuam nas turmas de RPP das unidades escolares localizadas nos Núcleos Territoriais de Educação do Litoral Norte e Agreste Baiano (NTR 18), do Portal do Sertão (NTE 19) e de Salvador e Região Metropolitana (NTE 26) dialogaram, durante dois dias de atividades, sobre estratégias para gestão, recuperação e recomposição das aprendizagens dos estudantes da rede pública estadual de ensino.
Promovida pela Secretaria da Educação do Estado da Bahia (SEC) através do IAT, a formação trouxe para debate o direito à educação, acesso e permanência na educação básica e questões relacionadas ao Projeto Sucesso Escolar.
Na oportunidade, os professores tutores participantes assistiram a apresentações sobre o RPP enquanto direito do estudante e sobre atribuições e experiências do professor tutor, tiveram acesso a práticas pedagógicas adotadas por outros países para lidar com a defasagem da aprendizagem e debateram sobre pontos principais das Portarias 190 e 195. Eles conhecerem também a Plataforma Plural e participaram de oficinas onde fizeram estudo de casos fictícios sobre os eixos Monitoramento, Busca Ativa, Engajamento e Avaliação e elaboraram um Plano de Trabalho.
“Estou incumbida de orientar vocês desde o pedagógico até a construção do projeto do RPP. Minha encomenda é falar sobre o projeto de progressão parcial na perspectiva do direito do estudante e vou trazer alguns pontos para vocês refletirem que a progressão parcial é nada mais que uma forma de avaliação e aí, vocês que são docentes, tem conhecimento de causa”, destacou Nájila da Silva Lopes, que Integra a Coordenação de Ensino Médio da Superintendência de Políticas para a Educação Básica (Suped), da Secretaria da Educação do Estado.
Nájila fez uma apresentação com uma perspectiva mais operacional do que teórica, mas com algumas lâminas trazendo uma abordagem teórica, já que, segundo ela, é importante ter esta fundamentação. Ela também abriu espaço para os professores tutores tirarem dúvidas e sinalizarem suas inquietações.
“A recomposição da aprendizagem não é uma novidade, vocês já desenvolvem isso, já têm esse olhar, mas temos uma orientação oficial, uma portaria que vamos esmiuçar, para tirar algumas dúvidas, elucidar melhor e beber também da água que vocês já trazem. Essa troca é bem interessante. Estou feliz de estar aqui com colegas para desenvolver um bom planejamento para a nossa rede”, afirmou Josevonne Serafim, membro da Diretoria de Organização Curricular Pedagógica da Superintendência de Educação Profissional e Tecnológica (Suprot) da Secretaria da Educação.
“Esta formação tem o objetivo de trazer para a prática do professor um pouco do RPP. E esse momento é muito importante, porque a gente tem trocas. A gente consegue enxergar na nossa realidade, como que o projeto vai se desdobrar. Tem sido bacana a gente ouvir também a rede e entender as condições para que a gente possa evoluir no projeto e, cada vez mais, contribuir com o sucesso escolar do estudante”, pontuou o representante da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Renan Almeida.
A experiência dos professores tutores
“Está sendo uma experiência muito proveitosa para que a gente consiga absorver alguns conteúdos, mas também para contribuir na elaboração de algumas estratégias que servirão como base para direcionar esta disciplina. É algo novo, então acredito que os professores têm muita propriedade em relação a dizer como que esta disciplina deve ser conduzida, qual a necessidade que a gente tem na sala de aula e acredito que é importante, sim, ouvir o professor para a construção desse projeto”, contou Hítalo Lacerda, professor do Centro Estadual de Educação Profissional em Saúde do Centro Baiano (CEEP Saúde) de Feira de Santana.
“A formação tem sido bem estruturada. O dia de ontem foi bem importante para sanar dúvidas, nos apropriarmos das Portarias 190 e 195 e para que nós ouvíssemos os formadores, que trouxeram para nós a solução de algumas dúvidas. Hoje nós estamos pensando, junto com o NTE e a Secretaria da Educação, como melhorar ainda mais o atendimento de RPP em nossas unidades escolares”, explicou a professora do Colégio Estadual Polivalente San Diego, Karla Daniela Cupertino.
A formação
A formação, que possui formato híbrido, carga horária de 80 horas e é embasada na Pedagogia Histórico Crítica, como propõe o Documento Curricular Referencial da Bahia (DCRB), é dividida em 04 módulos nos quais serão trabalhados os temas ‘Direito à educação, acesso e permanência na educação básica’, ‘Avaliação para a aprendizagem, aprovação e reprovação – reflexões sobre o papel da escola’, ‘Acompanhamento das aprendizagens’ e ‘Indicadores educacionais’.
Sobre o RPP – O Regime de Progressão Parcial é um direito do estudante assegurado no Artigo 24, Inciso III, da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), que prevê a matrícula no ano/série seguinte, dando continuidade à escolarização.
Fonte: Ascom/SEC