Chega a 39 o número de mortos no Rio Grande do Sul por causa das chuvas

Foto: Gilvan Rocha/Agência Brasil/

Já chega a 39 o número de mortos por conta das chuvas no Rio Grande do Sul, de acordo com o governador Eduardo Leite (PSDB-RS). O chefe do Executivo estadual apresenta, no fim da tarde desta sexta-feira (3), as últimas atualizações sobre a tragédia. Ao todo, segundo o governo, há ainda 68 pessoas desaparecidas. A elevação “sem precedentes” do nível do Rio Guaíba também preocupa e já provoca uma série de transtornos na capital, onde há ordem de evacuação no Centro Histórico da cidade, e diques de proteção começam a apresentar rupturas.

— Ainda estamos num momento de emergência. É o pior desastre já registrado na História do Rio Grande do Sul. Talvez um dos maiores desastres que o país já tenha observado, e de uma aflição enorme porque o tempo não tem dado tréguas. De segunda-feira para cá, já choveu mais de 800mm em algumas localidades, talvez tenhamos localidades com quase 1.000 mm acumulados em breve. E a dificuldade de resgate torna tudo mais aflitivo, angustiante. Para isso, estamos buscando todas as formas possíveis de acessar essas localidades e salvar vidas — disse o governador.

Há expectativa de que o Rio Guaíba atinja um nível de elevação de 5 metros ainda nesta sexta-feira — marca nunca antes alcançada e num patamar que não era visto desde 1941. Eduardo Leite também comentou sobre essa situação, sobretudo na capital Porto Alegre e toda a região metropolitana. Segundo ele, há diques na cidade que têm segurado a força da água; mas o governo não tem como garantir que esses equipamentos vão aguentar tamanho acúmulo.

— É preciso ter muita atenção na capital e nos municípios da Região Metropolitana que ficam às margens do Guaíba e do Jacuí. Pedimos para que as pessoas se coloquem em segurança, há diques de proteção em Porto Alegre e Canoas, mas todos esses sistemas de proteção estão sendo muito estressados, postos à prova, por um volume muito grande e persistente de água. Um veículo do Exército foi apoiar onde havia um sinal de ruptura, são usados também sacos de areia. Tudo para ajudar que as estruturas comportem, resistam, mas não temos como garantir que não haja algum tipo de ruptura, o que poderia causar uma onda, arrastando pessoas, ferindo, machucando, e colocando em risco a vida dessas pessoas. Por isso, temos ordens de evacuação — acrescentou o governador.

Em meio à coletiva de imprensa, o prefeito Sebastião Melo precisou deixar a sala porque recebeu informações justamente sobre um dique que já estava vazando numa região que abrange 12 vilas populares próximo ao Arroio Feijó.

Segundo Leite, a operação conta com 18 aeronaves e já resgatou 8 mil pessoas até agora, “de diversas formas”. Ainda devem chegar mais helicópteros de apoio cedidos por São Paulo e pelo governo do país vizinho Uruguai. Ele reconhece, no entanto, que ainda há muita gente ilhada aguardando resgate. De acordo com a Defesa Civil, as condições meteorológicas devem permitir que as equipes consigam chegar a pessoas que estão há pelo menos 72h sem acesso a alimentação e água potável.

Números atualizados da tragédia

 

  • Municípios afetados: 265
  • Pessoas em abrigos: 8.168
  • Desalojados: 24.080
  • Afetados: 351.639
  • Feridos: 74
  • Desaparecidos: 68

Mortes confirmadas

  • Canela (2)
  • Candelária (1)
  • Caxias do Sul (1)
  • Bento Gonçalves (1)
  • Boa Vista do Sul (2)
  • Paverama (2)
  • Pantano Grande (1)
  • Pinhal Grande (1)
  • Putinga (1)
  • Gramado (4)
  • Itaara (1)
  • Encantado (1)
  • Salvador do Sul (2)
  • Serafina Corrêa (2)
  • Segredo (1)
  • Santa Maria (2)
  • Santa Cruz do Sul (4)
  • São João do Polêsine (1)
  • Silveira Martins (1)
  • Vera Cruz (1)
  • Taquara (2)
  • São Vendelino (2)
  • Três Coroas (3)

Guaíba ultrapassa os 4,5 metros

Apesar da gravidade da situação, houve ainda uma pane durante a manhã nos medidores e os técnicos do estado acabaram perdendo o referencial. A Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) esclareceu, no entanto, que durante a tarde desta sexta contou com o apoio do Serviço Geológico do Brasil (SGB) para a instalação de uma régua no Cais Mauá para a obtenção de informações sobre o nível dos Guaíba e que trabalha na sistematização da disponibilização dos dados. Às 15h, esta régua já apontava uma cota de 4,58 metros.

Materia O Globo

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