A operação da Polícia Federal (PF) que teve o entorno do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como alvo podem ter, além das investigações em curso, consequências políticas, como uma CPI na Câmara. A base do governo na Casa já se mobiliza para ressuscitar a investigação do suposto esquema de venda ilegal de joias recebidas como presente durante viagens oficias do ex-mandatário. A ideia ganhou força após a operação, que atingiu Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente, e seu pai. Além deles, o ex-advogado de Bolsonaro Frederick Wassef também foi alvo da PF na operação. Ele teria comprado de volta um relógio vendido por Cid ilegalmente, segundo a PF.
Por causa das investigações, Bolsonaro teve a quebra de seus sigilos bancário e fiscal solicitados pela PF.
O recolhimento de assinaturas para a instauração da CPI começou em meados de abril, quando veio à tona o caso das joias recebidas pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro da Arábia Saudita. Mas ela ficou de lado com as negociações para a instalação da CPMI do 8 de janeiro.
Investigações da PF reaquecem o caso
Segundo a PF, os suspeitos são investigados por utilizar a estrutura do Estado brasileiro para desviar bens de alto valor patrimonial, entregues de presente por autoridades estrangeiras em missões oficiais a representantes do Estado brasileiro, por meio da venda desses itens em países do exterior.