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Após assumir a liderança do Mercosul no início deste mês, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), participará da cúpula Celac-UE nas próximas segunda (17) e terça-feira (18) em Bruxelas, na Bélgica, para fortalecer relações entre os blocos. O encontro terá a presença de líderes representantes das 33 nações que integram a Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac) e dos 27 países que compõem a União Europeia (UE), totalizando 60 lideranças.
Na ocasião, devem ser discutidos questões como mudança do clima; comércio e desenvolvimento sustentável; inclusão social; recuperação econômica pós-pandemia; transição energética, transformação digital justa e inclusiva; migrações; reforma da arquitetura financeira internacional; luta contra o crime organizado; e cooperação para o desenvolvimento.
Serão abordadas ainda diferentes iniciativas e projetos de cooperação, com vistas ao fortalecimento das relações birregionais.
Apesar disso, o acordo de livre comércio entre o Mercosul (bloco formado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai) com a UE não deverá avançar. A negociação ficou travada após os países europeus fazerem novas exigências em relação à preservação ambiental à mudança climática.
O Brasil enviou na sexta-feira (14) ao bloco regional uma sugestão de contraproposta para ser usada como resposta à UE. A CNN mostrou nesta semana que interlocutores do Planalto falam em tom duro dessa carta.
Um ponto que o Brasil quer incluir na resposta é relacionado às compras governamentais. O governo teme que empresas europeias ocupem o espaço das empresas nacionais em licitações públicas.
Na agenda do presidente Lula durante a cúpula Celac-UE há um encontro dele previsto com a presidente da comissão europeia, Ursula von der Leyen. Na ocasião, Lula deve falar do acordo com o Mercosul, mas não há grandes expectativas.
Lula entende que está presidindo o bloco de países sul-americanos em um momento decisivo das negociações para fechar o acordo com os europeus.
O presidente brasileiro chegou a anunciar que não participaria da cúpula e que seria representado pelo seu vice, Geraldo Alckmin, mas, após ser convidado pelo primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, mudou de opinião.
A última cúpula da Celac-UE aconteceu 2015. O Brasil voltou a fazer parte da Celac em janeiro deste ano, como uma das primeiras ações de Lula ao assumir o Planalto, após um período de quase três anos do país afastado.