Foto/REUTERS/Amanda Perobelli/
A Polícia Federal (PF) concluiu que as joias sauditas confiscadas pela Receita Federal no Aeroporto de Guarulhos (SP) em 2021 valem de R$ 4 milhões a R$ 5 milhões. As informações são de fontes com acesso às investigações. Os peritos criminais federais do Instituto Nacional de Criminalística da PF (INC) terminaram a análise duas semanas atrás após um mês e meio de perícia, conforme divulgado pela CNN.
O laudo produzido pelos peritos aponta o valor real das joias e foi incluído no inquérito que corre sob sigilo na PF de São Paulo.
Durante a análise, um perito viajou até a Suíça para visitar a sede da Chopard, marca das peças de luxo. No país europeu, os peritos conversaram diretamente com os responsáveis pela confecção das joias.
O trabalho incluiu ainda a análise individual de pedras de diamantes. Somente o colar contém aproximadamente 2.000 peças.
O pacote foi entregue pela Receita Federal à PF no fim de março deste ano e foi transportado até Brasília, onde fica a sede do INC, para a perícia.
As joias foram dadas à comitiva brasileira em outubro de 2021, quando uma equipe do ex-ministro de Minas e Energia visitou a Arábia Saudita. O caso foi revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo.
Entenda o caso
Em depoimento à Polícia Federal, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que teria tomado conhecimento dos presentes um ano após o recebimento por parte do Ministério de Minas e Energia e retenção pela Receita Federal. Bolsonaro, no entanto, afirmou que não se recorda sobre quem o informou.
Além disso, o ex-presidente disse que acionou o seu ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid, para ter mais informações sobre o caso — e essa teria sido sua “única ordem” sobre o assunto. Bolsonaro nega qualquer irregularidade.
A PF investiga a participação de servidores da Presidência e da Receita Federal na tentativa de liberação das joias da alfândega.