Foto: Roque de Sá / Agência Brasil /
Depois de prestar depoimento à Polícia Federal nesta quinta-feira, o senador Marcos do Val (Podemos-ES) se mostrou arrependido por envolver o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na história sobre um suposto plano de golpe de Estado que envolvia gravar conversas com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Tem coisas que não deveriam ter sido ditas. É a questão da falta daquela malícia de um político que eu nunca fui”, disse Marcos do Val, em entrevista à imprensa.
Na noite de quarta-feira, o senador participou de uma live nas redes sociais e acusou Bolsonaro de o ter coagido a dar um golpe de Estado junto com ele. Marcos do Val, no entanto, justificou que fez a afirmação depois de ter sido criticado na internet por apoiadores do ex-presidente após ter parabenizado o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) pela reeleição à Presidência do Senado.
“Começaram a me atacar, dizendo que eu tinha mentido. Disseram que eu era traidor e teve movimento enorme, até 2 da manhã. Minha família inteira recebeu mensagem. Você chega em um nível de irritabilidade gigantesco. Chega uma hora que você não suporta. E aí, [a declaração na live] foi um desabafo”, explicou o senador.
Na manhã desta quarta, Marcos do Val mudou a versão sobre Bolsonaro e disse que partiu do ex-deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) a ideia de marcar uma reunião com Moraes para forçá-lo a reconhecer que desrespeitou a Constituição no processo eleitoral de 2022.
Após ser interrogado pela Polícia Federal, ele reforçou as acusações contra o ex-deputado. “Hoje, a pessoa que estava provocando essa situação toda, o Daniel Silveira, está no lugar que deveria estar e não deve sair de lá”, comentou Marcos do Val, em referência à prisão de Silveira por descumprimento de medidas cautelares impostas pelo STF.