Lula não veta e nem apoia candidato do Brasil no BID, diz Amorim

RICARDO STUCKERT / EL PAÍS/

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva não veta e nem apoia o economista Ilan Goldfajn para a presidência do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), disse à CNN Celso Amorim, ex-ministro de Relações Exteriores e integrante da transição.

“Lula não veta e nem apoia nenhum nome. Não é papel dele neste momento tomar uma posição, porque ainda não assumiu”, disse Amorim. Ele ressaltou que o desejo é vença o candidato ou candidata que melhor atenda os interesses latino-americanos.

A eleição para a presidência do BID acontece neste domingo. Ex-presidente do Banco Central, Goldfajn é o candidato brasileiro e foi indicado pelo governo Jair Bolsonaro. Seu perfil, no entanto, é técnico e não alinhado ao bolsonarismo.

Em Washington, o posicionamento de Lula de não vetar foi recebido como um apoio velado. É importante para os países, principalmente os Estados Unidos, que não existam atritos entre o candidato brasileiro e o novo governo. Nas últimas semanas, pessoas próximas ao vice-presidente Geraldo Alckmin trabalharam para vencer as resistências ao nome de Goldfajn dentro do Partido dos Trabalhadores.

Na semana passada, o ex-ministro Guido Mantega havia enviado um e-mail à secretaria do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, pedindo o adiamento das eleições no BID para que Lula pudesse indicar um candidato depois de tomar posse. Mantega renunciou ontem ao seu cargo na equipe de transição.

Fontes próximas ao PT dizem que Goldfajn tem um perfil “monetarista” e não “desenvolvimentista”, o que, na visão deles, seria melhor para o BID, que é um banco de infraestrutura. Se ele perder a disputa para a presidência, o governo eleito, provavelmente, vai conseguir indicar um dos seus quadros para as diretorias do banco.

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