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– No momento em que apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) fazem protestos pelo Brasil contra o resultado das eleições e em defesa da intervenção militar, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre Moraes, afirmou nesta segunda-feira, 14, em Nova York, que a “democracia foi atacada no Brasil, mas sobreviveu”.
A declaração foi dada durante o Brazil Conference, evento promovido pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide), organização criada pelo ex-governador de São Paulo João Doria, que reuniu também os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e Dias Toffoli.
Primeiro a falar, Moraes pautou seu discurso na falta de regulamentação das redes sociais, nos ataques à democracia e nos questionamentos em torno da credibilidade do sistema eleitoral. “A desinformação e o discurso de ódio vêm corroendo a democracia”, afirmou.
Para Moraes, o fato de não haver regulamentação das redes sociais é um “problema mundial”. “Não é possível que redes sociais sejam terra de ninguém e milícias digitais ataquem impunemente”, avaliou, acrescentando que é necessária “liberdade com responsabilidade”.
“Sob falso manto de liberdade sem limites o que se pretende é corroer a democracia”, criticou Moraes.
O presidente do TSE comentou ainda sobre o impacto desse ambiente e das fake news na imprensa profissional. Segundo ele, “supostos jornalistas se misturam à imprensa tradicional e hoje a população não sabe mais o que é notícia verdadeira”.
Ao falar sobre os questionamentos em torno do sistema eleitoral, o ministro destacou que “pouco importa se o voto é impresso, se são urnas eletrônicas ou voto por correio, o que importa é desacreditar o voto”. Segundo Moraes, o poder Judiciário é, hoje, o principal alvo desses ataques. “O Judiciário é o grande cliente de milícias digitais. No Brasil, o poder Judiciário não foi cooptado, foi barreira para qualquer ataque à democracia e à liberdade.”
No domingo, Moraes, Lewandowski e Gilmar foram hostilizados por manifestantes na porta do hotel onde estão hospedados em Nova York. Barroso foi perseguido na Time Square.