Os três candidatos ao governo estadual da Bahia mais bem colocados nas pesquisas – Jerônimo Bonfim (PT), João Roma (PL) e ACM Neto (União Brasil) – se reuniram com as principais lideranças e dirigentes do setor produtivo, econômico e industrial do estado. Não houve embate direto.
Realizado no Centro de Convenções de Salvador, o evento foi organizado pela Confederação Nacional do Comércio (Fecomércio-Ba), Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia (Faeb) e Federação das Empresas de Transportes dos Estados da Bahia e Sergipe (Fetrabse).
Durante o encontro, um exemplar da Agenda do Setor Produtivo Baiano para os anos de 2023 a 2026 foi entregue a cada candidato. Entre as principais demandas do setor estão a elevação da pontuação no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), mais investimento em concessões da infraestrutura para baratear frete e prestação de serviços e o combate a pirataria.
Os empresários querem ainda mais investimento em segurança pública, recuperação do turismo, criação de uma nova geração de política de inovação na Bahia, renovação de pavimentação das vias estaduais e a redução de 80% da alíquota do ICMS.
Apesar de não se encontrarem pessoalmente, João Roma (PL) e ACM Neto (União Brasil), teceram críticas a atual gestão nos setores da segurança, empregabilidade, educação e saúde.
Em sua exposição, Roma citou os índices de roubo de carga no estado que possui a maior malha ferroviária do Brasil. “A Bahia tem sido celeiro do crime organizado e não tem tido reação”, observou o pupilo do presidenciável Bolsonaro.
Ele ainda destacou as ações do governo federal no desenvolvimento de tecnologias e criticou a insistência no que chamou de “subsistência em práticas de séculos passados”, se referindo à política da atual gestão do estado.
“A Bahia louca para produzir, podendo expandir, dobrar PIB, são essas coisas que não encaixam mais, aumentar impostos não encaixa mais”. E acrescentou: “Essa é a realidade da Bahia – pega recursos e investe de forma inadequada”. O candidato prometeu diminuir a carga tributária e levar adiante a construção da Ponte Salvador Itaparica.
Postulante do PT, Jerônimo Rodrigues reforçou a continuidade dos trabalhos nos últimos 16 anos pela chapa e garantiu um processo de transição que comece nos últimos meses da gestão do atual governador Rui Costa.
Como proposta, se mostrou disposto a diálogo aberto com o setor, reforçou o combate a desburocratização para dar espaço à autonomia dos produtores e sinalizou investimentos em tecnologia atrelada à capacitação dos pequenos produtores. Uma das soluções é o modelo de formação a distância.
“Se desenvolver tecnologia e não preparar o agricultor para utilizar, não tem sentido. O agricultor já consegue utilizar tecnologias, sei que é gargalo se não tiver acesso à internet de qualidade, mas preciso fazer parceria com Faeb e secretarias municipais; o grande e o médio (produtor) não precisa, mas o pequeno produtor sim”, sinalizou.