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Uma ação na Justiça Eleitoral protocolada na tarde desta segunda-feira pede o adiamento da convenção do MDB que homologaria a candidatura presidencial da senadora Simone Tebet (MS) em formato virtual. Integrante da ala emedebista que apoia a candidatura do ex-presidente Lula (PT), o senador Renan Calheiros (AL) foi o principal articulador da medida judicial.
Calheiros defende o adiamento do evento, que seria realizado nesta quarta-feira, para 5 de agosto. A justificativa é de que o partido tenha mais tempo para discutir se a candidatura própria é viável. A estratégia, no entanto, é tentar rifar a candidatura de Tebet.
O grupo do MDB que apoia Lula tem defendido que a convenção ocorra no modelo presencial. No entanto, a tática de resolver pela via judicial encontrou resistência de algumas lideranças que preferiam resolver o impasse pela política. O pedido encaminhado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) está no nome de Hugo Wanderley Caju, que é delegado na convenção e filiado ao MDB de Alagoas, cujo diretório é controlado por Calheiros. Na peça, o principal fundamento jurídico utilizado é a falta de sigilo do voto por meio de convenção virtual realizada pela plataforma zoom. O documento afirma que o Estatuto do MDB, em seu artigo 26, prevê “a necessidade de sigilo das deliberações havidas no âmbito das convenções para escolha dos candidatos participantes das eleições”.
No entanto, a direção nacional do MDB rebate o questionamento do senador. Acrescenta ainda que a executiva da legenda realizou pelo menos cinco reuniões em que o senador não se manifestou sobre o assunto. No último dia 15 de julho, quando aconteceu o último encontro da executiva, alguns membros do MDB lulista não fizeram questionamentos contra a realização da convenção no dia 27.
Calheiros alerta para o risco de encolhimento do MDB com uma candidatura “frágil” e teme que a sigla repita os mesmos erros de 2018, quando lançou a candidatura do ex-ministro Henrique Meirelles. Na ocasião, a bancada da Câmara diminuiu de 65 deputados eleitos em 2014 para 34 eleitos em 2018. Hoje a sigla tem 37 deputados. No Senado, também houve queda no número de cadeiras do MDB. Dos 19 parlamentares em 2015, a legenda passou a ter somente 12 senadores.