Às vésperas da campanha oficial, Neto, Jerônimo e Roma articulam alianças e tentam neutralizar adversários

A contagem para o encontro decisivo com as urnas assinala um número redondo: faltam exatos 80 dias para as eleições. Se um cronômetro regressivo marca o tempo, é um tabuleiro de xadrez que melhor representa os movimentos das três principais forças políticas que tentam se viabilizar eleitoralmente no estado.

Nesse jogo, as articulações mais recentes para enfraquecer os oponentes foram feitas por ACM Neto (UNIÃO), até aqui líder nas pesquisas de intenção de voto.

O ex-prefeito de Salvador conseguiu conquistar o apoio de dois partidos que estavam próximos ao pré-candidato bolsonarista João Roma (PL): PTB e PRTB.

As legendas devem caminhar nacionalmente com o presidente da República e pré-candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL). Neto já havia conseguido enfraquecer o ex-ministro da Cidadania quando obteve a adesão do Republicanos a sua pré-candidatura a governador. Ligado à Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), o Republicanos decidiu apoiá-lo após ser prometida à legenda um espaço na chapa majoritária.

A sigla é hoje favorita para indicar o vice-governador, e os cotados são: Marcelo Nilo, Márcio Marinho e Edylene Ferreira.

Roma fez um duro ataque ao ex-prefeito após perder as agremiações partidárias. Disse que seu antigo aliado faz a política do  “toma lá, dá cá”.

A considerada maior jogada de ACM Neto, até o momento, foi atrair o PP para sua aliança política. O PP integrava a base do governador Rui Costa (PT), mas decidiu romper após o petista decidir ficar até o fim do governo. O que acabou com as possibilidades de o vice-governador João Leão (PP) ter um mandato-tampão.

O grupo governista deu o “troco” em ACM Neto. O MDB, que negociava com o ex-prefeito, anunciou em março apoio ao pré-candidato do PT ao governo, Jerônimo Rodrigues. O que surpreendeu o mundo da política baiana, porém, foi a indicação do MDB do presidente da Câmara de Vereadores de Salvador, Geraldo Júnior, para a vice de Jerônimo. Geraldo era um correligionário de duas décadas de ACM Neto.

O emedebista ainda levou com ele outros vereadores apoiadores do ex-prefeito para o campo petista.

O principal trunfo da campanha de Jerônimo é atrelar a imagem dele a Lula (PT). Nos festejos do 2 de Julho, no qual o ex-presidente esteve presente, Jerônimo permaneceu sempre próximo para vincular ao máximo as duas imagens.

Às vésperas da campanha efetivamente começar, o tabuleiro já está quase todo armado. Agora, é esperar as próximas jogadas dentro do que foi organizado até aqui.

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